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Anais I Seminário Violar - Faculdade de Educação - Unicamp

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I <strong>Seminário</strong> <strong>Violar</strong> – Problematizando as Juventu<strong>de</strong>s na Contemporaneida<strong>de</strong> –<br />

11 a 13 <strong>de</strong> Agosto 2010<br />

não se trata <strong>de</strong> uma brinca<strong>de</strong>ira infantil esporádica, mas sim <strong>de</strong> metas a curto e longo prazo <strong>de</strong><br />

causar um dano a alguém, menosprezando-o pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se sentir superior.<br />

Chegamos, assim, a uma <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> bullying que é sim uma forma <strong>de</strong> agressão/violência,<br />

mas que se diferencia das <strong>de</strong>mais por suas características (Tognetta & Vinha, 2008; 2010;<br />

Tognetta, 2010).<br />

O bullying não se trata <strong>de</strong> um episódio esporádico, mas <strong>de</strong> um fenômeno violento que se dá<br />

em todas as escolas e que propicia uma vida <strong>de</strong> sofrimento para uns e conformismo para<br />

outros. Neste prisma, por um lado, po<strong>de</strong>mos concluir que o bullying traz à tona a dificulda<strong>de</strong><br />

do sujeito ou <strong>de</strong> seu grupo <strong>de</strong> se relacionar e conviver com valores e características pessoais<br />

diferentes das suas. Há, portanto, uma questão ética.<br />

Por outro lado, a incivilida<strong>de</strong> que se expressa no bullying, longe <strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada<br />

simplesmente má educação ou falta <strong>de</strong> civilização, é uma ruptura no âmbito <strong>de</strong> regras e<br />

expectativas <strong>de</strong> convivência e dos pactos sociais que perpassam as relações humanas. Há<br />

assim, um problema moral 291 .<br />

Segundo Prodócimo (2009) os alunos, quando chegam às escolas, trazem consigo uma gran<strong>de</strong><br />

bagagem <strong>de</strong> experiências, algumas positivas e outras não tanto, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> suas<br />

experiências anteriores. Conforme a forma como forem acolhidos nesse ambiente escolar suas<br />

tendências se manifestarão. A criança constrói seus valores, princípios e normas por meio da<br />

convivência diária, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> pequena com os adultos, seus pares, e as situações nas quais são<br />

expostas.<br />

Portanto, o <strong>de</strong>senvolvimento moral da criança está relacionado a qualida<strong>de</strong> das<br />

relações nos ambientes em que ela interage, não estando restringido somente a família, para<br />

isso: ―é preciso que a criança possa ter experiências <strong>de</strong> vida social para apren<strong>de</strong>r a viver em<br />

grupo e a escola é um local muito apropriado para essa vivência‖ (Tognetta e Vinha, 2008,<br />

p.4)<br />

Entretanto, estamos vivendo em um tempo <strong>de</strong> supervalorização da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

conhecimento acumulado, visando a carreiras técnicas ou aprovações em vestibulares e assim<br />

a qualida<strong>de</strong> das relações escolares fica, na maioria dos casos, em segundo plano. Por sua vez,<br />

os pais recorrem à escola como se fosse a única responsável pela educação <strong>de</strong> seus filhos e<br />

entregam a ela, e a seus educadores, a tarefa <strong>de</strong> formar seus jovens enquanto cidadãos<br />

conscientes <strong>de</strong> direitos e <strong>de</strong>veres.<br />

Assim, os <strong>de</strong>safios para assegurar uma boa convivência nos espaços educativos em que se<br />

constatam agressões entre os alunos e entre eles e os professores configuram um fator <strong>de</strong><br />

tensões com o qual esses profissionais têm <strong>de</strong> lidar.<br />

291<br />

Moral e Ética não são tratados aqui como sinônimos: por um lado, a palavra moral refere-se à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

regras que regulem a convivência humana e que assegurem os direitos e os <strong>de</strong>veres para com o outro. Por outro,<br />

a palavra ética indica a busca por uma vida em que faça sentido a convivência humana e que as pessoas tenham<br />

uma vida digna, ou uma vida boa (Tognetta, 2009ª). Assim, moral e ética <strong>de</strong>finem a necessária experiência<br />

humana <strong>de</strong> conviver numa socieda<strong>de</strong> justa e generosa.<br />

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