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Anais I Seminário Violar - Faculdade de Educação - Unicamp

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I <strong>Seminário</strong> <strong>Violar</strong> – Problematizando as Juventu<strong>de</strong>s na Contemporaneida<strong>de</strong> –<br />

11 a 13 <strong>de</strong> Agosto 2010<br />

Trata-se <strong>de</strong> estudo <strong>de</strong>scritivo e exploratório <strong>de</strong>senvolvido por meio <strong>de</strong> investigação em prontuários do<br />

Conselho Tutelar <strong>de</strong> Uberaba. Para tanto, agrupamos a violação ―do direito ao convívio familiar‖ em<br />

relação a alguns bairros da cida<strong>de</strong>. Diante <strong>de</strong> uma amostra <strong>de</strong> 95 prontuários, obtivemos 111<br />

<strong>de</strong>núncias, <strong>de</strong>ntre as quais estão algumas reincidências <strong>de</strong>ntro dos cinco conjuntos <strong>de</strong> violação <strong>de</strong><br />

direitos elaborada pelo Sistema <strong>de</strong> Informação para Proteção da Infância e Adolescência (SIPIA),<br />

vinculado ao Ministério da Justiça.<br />

A pesquisa agrupou, ainda, os dados obtidos nas fontes secundárias, oriundos dos arquivos <strong>de</strong><br />

Atendimentos e Encaminhamentos do Conselho <strong>de</strong> 2000 a 2008. A classificação tem um rol <strong>de</strong> 34<br />

formas <strong>de</strong> violação <strong>de</strong> direitos às quais po<strong>de</strong>m ser agrupadas em cinco principais conjuntos <strong>de</strong> direitos<br />

violados, <strong>de</strong>ntre os quais estão o direito à saú<strong>de</strong> e à convivência familiar, por exemplo.<br />

Neste artigo agrupamos, também, os encaminhamentos realizados pelo Conselho Tutelar para as<br />

<strong>de</strong>mais organizações sociais. Essas vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> órgãos públicos, como a Secretaria <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />

Social (SEDS) e Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> até as escolas da re<strong>de</strong> pública e Unida<strong>de</strong>s Básicas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

(UBS‘s), passando por instituições voltadas para o atendimento dos adultos ou mesmo dos<br />

adolescentes e jovens vitimados, como o Centro <strong>de</strong> Apoio Psicossocial (CAP‘s).<br />

Essa série <strong>de</strong> classificações e <strong>de</strong> instituições locais foi objeto <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> sistematização, sendo<br />

agrupadas em categorias analíticas pautadas pelo SIPIA. Esse processo trouxe à tona o retrato <strong>de</strong> uma<br />

socieda<strong>de</strong> estruturalmente violenta, que cuja complexida<strong>de</strong> resultaria em situações <strong>de</strong> maior ou menor<br />

vulnerabilida<strong>de</strong>.<br />

Agregadas a essa estratégia <strong>de</strong> pesquisa, temos os relatos orais dos conselheiros tutelares. Segundo<br />

Minayo (1994b; 2007) e Laville e Dionne (1999), a obtenção dos relatos permite a construção <strong>de</strong> um<br />

universo <strong>de</strong> representações sobre como pensam os sujeitos <strong>de</strong> uma pesquisa, como sentem e avaliam<br />

seu cotidiano. Ao mesmo tempo, em que nos capacita na construção <strong>de</strong> uma análise crítica <strong>de</strong>sse<br />

mesmo universo, promove a avaliação constante <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> elementos que, combinados, permite<br />

ao pesquisador e, sobretudo, aos sujeitos sugerir intervenções nos mais variados espaços <strong>de</strong> convívio<br />

cotidiano.<br />

Nessa esteira, Triviños (1987) afirma que entrevista semi-estruturada é a que permite suscitar alguns<br />

questionamentos fundamentais direcionadas às bases teóricas, necessárias ao fazer-se da pesquisa, pois<br />

ao ampliar os questionamentos, provoca novas suposições que germinam ao mesmo tempo em que se<br />

obtêm as respostas daquele que informa. Assim, quem respon<strong>de</strong> segue livre suas idéias e experiências<br />

<strong>de</strong>ntro do objetivo do pesquisador e participa na construção do assunto da pesquisa.<br />

O <strong>de</strong>poimento oral é obtido em uma entrevista direcionada para um <strong>de</strong>terminado tema. É um<br />

tipo específico <strong>de</strong> documento, construído pelo pesquisador. Em sua construção há uma<br />

interação entre o pesquisador e o entrevistado. Diferentemente do documento escrito, o<br />

questionamento é possível durante a elaboração do <strong>de</strong>poimento. E o pesquisador escolhe<br />

quem irá entrevistar, po<strong>de</strong>ndo fazer uma amostragem, conforme o caso. (LANG, 1999, p.68)<br />

Assim, as entrevistas foram categorizadas e, juntamente com o primeiro conjunto <strong>de</strong> dados (primários<br />

e secundários), analisados sob a perspectiva hermenêutico-dialética. Partimos do princípio <strong>de</strong> que o<br />

processo <strong>de</strong> produção das informações, sejam quantitativas ou qualitativas, reflete as contradições e<br />

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