Anais I Seminário Violar - Faculdade de Educação - Unicamp

I Seminário Violar – Problematizando as Juventudes na Contemporaneidade –
11 a 13 de Agosto 2010
―Aqui apenas os alunos tem que cumprir as regras.‖
―Os guardas desrespeitam os alunos.‖
―Há falta de respeito com os alunos e dos alunos com os professores.‖
―Aqui tem professores que são ameaçados por alunos violentos que não estudam e querem passar.‖
―Os professores teriam que melhorar o seu comportamento com os alunos, assim como menos
comparação, preconceito.‖
―Mais respeito com o direito dos estudantes.‖
Os alunos da região Continental falaram mais da violência no interior das escolas e pouco trouxeram à
tona cenas e/ou fatos da comunidade, como nas demais regiões. Acreditamos que isso se deva porque
a referida região é habitada, em sua maioria, pelas classes média e elite. Nessas classes sociais a
violência tende a ser mais camuflada e menos explícita que nas áreas de periferia.
A mitologia sociológica criminaliza e culpabiliza ―eles‖ (os que vieram de fora ou têm que ficar de fora) e
localiza o ―eles‖ nas classes populares [...]. Os violentos estão localizados e determinados como ―inimigos
sociais desorganizados‖ que, por ser criminosos, serão punidos e educados pelas ―forças da ordem‖. Estas, em
último caso, podem exterminá-los para o bem dos demais (CHAUI, 2006, p. 128).
Pais (2008, p. 14) afirma que ―Por camuflar realidades que finge não ver, essa violência subtil – da
vista grossa – dificilmente é reconhecida, embora seja sentida por muitos alunos e percebida por
alguns professores‖.
Em todas as regiões, a necessidade de melhorar as relações na escola foi muito evidenciada. Não
apenas as relações entre professor e aluno, mas também, a relação entre os profissionais. Não foram
poucos os relatos em que os problemas vividos entre dois ou mais profissionais da escola resvalavam
nos alunos.
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