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Anais I Seminário Violar - Faculdade de Educação - Unicamp

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I <strong>Seminário</strong> <strong>Violar</strong> – Problematizando as Juventu<strong>de</strong>s na Contemporaneida<strong>de</strong> –<br />

11 a 13 <strong>de</strong> Agosto 2010<br />

relacionada com as dinâmicas sociais pautadas por <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s, segregações, inserção<br />

<strong>de</strong>ficitária na educação e no mercado <strong>de</strong> trabalho; ausência <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> lazer,<br />

formação ética e cultural em valores <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong>, cultura <strong>de</strong> paz e distanciamento em<br />

relação aos mo<strong>de</strong>los que vinculam esforços a êxitos. Frente a estas adversida<strong>de</strong>s, situações <strong>de</strong><br />

violência e abandono costumam vitimizar principalmente os jovens, por serem estes os mais<br />

fragilizados e estarem intimamente ligados à condição <strong>de</strong> vulnerabilida<strong>de</strong> social.<br />

Embora o <strong>de</strong>sejo da maioria das crianças e dos adolescentes abrigados seja o <strong>de</strong> estar com a família,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da situação em que ela se encontra, alguns adolescentes não sentem o mesmo <strong>de</strong>sejo.<br />

Eles não acreditam que a família os <strong>de</strong>seja <strong>de</strong> volta, conseqüência das experiências vivenciadas antes<br />

do abrigamento. Situações como estas merecem uma atenção especial e para estes casos, a ONG<br />

<strong>de</strong>senvolve um trabalho <strong>de</strong> intervenção que se inicia <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a chegada da criança ou do adolescente,<br />

buscando levantar um diagnóstico <strong>de</strong> como esta família se apresenta, quais são as suas reais<br />

necessida<strong>de</strong>s e como é possível intervir. Estas ativida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m ser confirmadas no mais recente<br />

trabalho publicado pela ONG em (DÜRING, et al 2007).<br />

Como já mencionamos neste estudo, o trabalho da ONG, no que se refere ao atendimento as famílias<br />

dos meninos abrigados, vem obtendo resultados bastante significativos com a (re) inserção na família<br />

<strong>de</strong> um dos meninos participantes <strong>de</strong>ste estudo, além <strong>de</strong> seu irmão e <strong>de</strong> outros 8 adolescentes no início<br />

do ano <strong>de</strong> 2008. A possibilida<strong>de</strong>, a cada ano, <strong>de</strong> retorno familiar <strong>de</strong>sses e <strong>de</strong> outros adolescentes<br />

abrigados, se <strong>de</strong>ve ao trabalho que a ONG vem realizando com o apoio <strong>de</strong> voluntários, parceiros<br />

amigos dos meninos e <strong>de</strong> profissionais <strong>de</strong> diversas áreas <strong>de</strong> trabalho, inclusive da área da saú<strong>de</strong>, junto<br />

às famílias. O trabalho realizado pela ONG e amigos da ONG vem ganhando cada vez mais força e os<br />

resultados po<strong>de</strong>m ser observados no relato dos adolescentes pesquisados, bem como dos seus<br />

familiares. A partir do momento que o adolescente foi abrigado, a sua vida começou a ganhar novos<br />

rumos, novos amigos. Na ONG, eles po<strong>de</strong>m construir um projeto <strong>de</strong> vida, uma oportunida<strong>de</strong> que<br />

muitas famílias relataram não po<strong>de</strong>r oferecer. Mudanças significativas também foram percebidas pelas<br />

famílias em seus filhos. Para as famílias, os filhos estão mais disciplinados, compreensivos, mais<br />

interessados por outras coisas e menos pela rua e pelas drogas.<br />

Para os adolescentes, o que diferencia a ONG da família é ter a presença <strong>de</strong> uma pessoa que dê a<br />

direção do que é certo e errado, ter oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer cursos, ficar longe dos perigos da rua e da<br />

família, e ter um amigo presente com quem po<strong>de</strong>m contar.<br />

Para aten<strong>de</strong>r os meninos, foi preciso ampliar a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> apoio, e assim, gradativamente, a ONG<br />

conquistou também o apoio <strong>de</strong> professores e instituições educacionais que resultou numa<br />

proposta pedagógica avançada <strong>de</strong> acordo com os quatro pilares da Unesco: apren<strong>de</strong>r a ser;<br />

apren<strong>de</strong>r a conviver; apren<strong>de</strong>r a apren<strong>de</strong>r; apren<strong>de</strong>r a fazer (DELORS, 2005). A partir da<br />

proposta pedagógica, os adolescentes participam ativamente <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s como:<br />

acompanhamento escolar, futebol, informática, dança, oficinas <strong>de</strong> artesanato, horta,<br />

reciclagem <strong>de</strong> lixo e jardinagem.<br />

O trabalho da ONG se encaixa na idéia primordial <strong>de</strong> que a família que acolhe uma criança,<br />

<strong>de</strong> certa forma, também acolhe a família <strong>de</strong> origem, apoiando-a nos momentos <strong>de</strong> crise<br />

(RIZZINI, 2006), porém, relata a autora, é preciso saber que família <strong>de</strong> apoio (acolhedora)<br />

não é substituta, apesar <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenharem papel <strong>de</strong> maternagem. Ainda segundo Rizzini<br />

(2006), para muitos, as crianças em situação <strong>de</strong> rua expressam o nível <strong>de</strong> miséria <strong>de</strong> suas<br />

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