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Anais I Seminário Violar - Faculdade de Educação - Unicamp

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I <strong>Seminário</strong> <strong>Violar</strong> – Problematizando as Juventu<strong>de</strong>s na Contemporaneida<strong>de</strong> –<br />

11 a 13 <strong>de</strong> Agosto 2010<br />

engrossamento das medidas jurídicas, punitivas e policiais, na tentativa <strong>de</strong> se homogeneizar os<br />

comportamentos e se inibir os antagonismos do corpo social. O jovem, aluno <strong>de</strong> escola pública, que<br />

não se enquadre aos padrões vigentes é visto como infrator e quando transgredi as normas<br />

estabelecidas, orienta-se que seja excluído da convivência escolar.<br />

Palavras-chave: Jovem, Sistema <strong>de</strong> Proteção Escolar, Violência.<br />

Apresentando o Sistema <strong>de</strong> Proteção Escolar<br />

Como um meio <strong>de</strong> ―conter‖ a violência escolar, fenômeno que tem se <strong>de</strong>stacado na mídia como um<br />

dos maiores problemas das escolas públicas brasileiras, a Secretaria <strong>de</strong> Estado da <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> São<br />

Paulo (SEE/SP), juntamente com a Fundação para o Desenvolvimento da <strong>Educação</strong> (FDE) e a<br />

Secretaria da Segurança Pública implementam, em 2009, o ―Sistema <strong>de</strong> Proteção Escolar‖. Sendo uma<br />

das políticas públicas atuais da SEE, o Sistema <strong>de</strong> Proteção Escolar preten<strong>de</strong> proteger as escolas da<br />

re<strong>de</strong> estadual <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> risco e vulnerabilida<strong>de</strong> e aproximar a comunida<strong>de</strong> da escola.<br />

A primeira iniciativa foi a construção do ROE – Registro <strong>de</strong> Ocorrência Escolar (FDE, 2010) via<br />

internet. Ferramenta criada em 2009 em que os diretores <strong>de</strong>vem ―registrar‖ as ocorrências dos alunos,<br />

como agressões físicas, sexuais, furtos, consumo e tráfico <strong>de</strong> drogas, formação <strong>de</strong> gangues, ameaça,<br />

vandalismo, entre outros.<br />

No mês <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2009, foram lançados dois referenciais <strong>de</strong> apoio para as escolas públicas<br />

paulistas: o ―Manual <strong>de</strong> Proteção Escolar e Promoção da Cidadania‖ (SEE, 2009a) e as ―Normas<br />

Gerais <strong>de</strong> Conduta Escolar‖ (SEE, 2009b). O principal objetivo <strong>de</strong>sses referenciais seria <strong>de</strong> subsidiar a<br />

escola pública com aprofundamento sobre conceitos <strong>de</strong> direitos civis e constitucionais, além <strong>de</strong><br />

fornecer informações e esclarecimentos relativos à natureza das atribuições e competências das<br />

diversas instâncias a serem mobilizadas no enfrentamento e mediação dos conflitos que comprometem<br />

e distorcem a convivência no ambiente escolar e po<strong>de</strong>m até, eventualmente, extrapolar a dimensão<br />

pedagógica. (SEE, 2009a, p. 7).<br />

Esses referenciais se constituiriam em um ―indispensável referencial comum a todas as escolas‖ (SEE,<br />

2009a, p. 5).<br />

Neste ínterim, esta pesquisa visa compreen<strong>de</strong>r como o jovem é apresentado nos referenciais do<br />

Sistema <strong>de</strong> Proteção Escolar, ou seja, no ―Manual <strong>de</strong> Proteção Escolar e Promoção da Cidadania‖ e<br />

nas ―Normas Gerais <strong>de</strong> Conduta Escolar‖. Destacando, <strong>de</strong>ste modo, que a maneira como o jovem é<br />

compreendido pelo Sistema <strong>de</strong> Proteção Escolar irá refletir nas ações que as instituições escolares<br />

terão com as futuras gerações paulistas.<br />

A leitura atenta <strong>de</strong>sses referenciais, já realizada em artigo anterior (POSSATO e SCOTUZZI, 2010),<br />

evi<strong>de</strong>ncia o caráter punitivo e controlador dos jovens que não se enquadram aos padrões e normas<br />

estabelecidos pelas instituições escolares. O estudo das relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r estabelecidas nas escolas,<br />

procedimentos pedagógicos e práticas diferenciadas para se lidar com problemas cotidianos, uma<br />

gestão <strong>de</strong>mocrática e participativa, a inserção efetiva da comunida<strong>de</strong> na escola como forma <strong>de</strong> se<br />

encontrar soluções conjuntas para amenizar a violência, são elementos adicionais ou inexplorados. Há<br />

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