14.06.2013 Views

Anais I Seminário Violar - Faculdade de Educação - Unicamp

Anais I Seminário Violar - Faculdade de Educação - Unicamp

Anais I Seminário Violar - Faculdade de Educação - Unicamp

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

I <strong>Seminário</strong> <strong>Violar</strong> – Problematizando as Juventu<strong>de</strong>s na Contemporaneida<strong>de</strong> –<br />

11 a 13 <strong>de</strong> Agosto 2010<br />

a) o MC: também <strong>de</strong>nominado mestre <strong>de</strong> cerimônia ou rapper, é quem canta ou rima o<br />

rap - a letra musical em forma <strong>de</strong> poesia que é, geralmente, falada <strong>de</strong> acordo com o ritmo <strong>de</strong><br />

uma base musical;<br />

pare<strong>de</strong>s.<br />

b) o break: é a forma <strong>de</strong> expressão por meio da dança;<br />

c) o DJ ou disc-jóquei: é quem faz o arranjo musical para o rapper ou para o breaker;<br />

d) o grafite: é a arte visual praticada através da pintura com tintas e sprays, tipicamente em<br />

Como se vê, a cultura hiphop contém em si a quebra <strong>de</strong> paradigmas: músicas com cantos<br />

diferenciados do convencionado pelos outros estilos musicais, dança com gestos próprios,<br />

notadamente em conjunto com a percussão forte do ritmo, pintura com materiais alternativos.<br />

De acordo com Tricia Rose (1994, p. 25), o hiphop surge das experiências dos jovens<br />

em <strong>de</strong>svantagem econômica, participantes <strong>de</strong> uma cultura distinta da or<strong>de</strong>m hegemônica<br />

marcada por uma série <strong>de</strong> práticas integradas (a dança, a música e arte visual) com o objetivo<br />

(consciente ou inconsciente) <strong>de</strong> disponibilizar espaços para a interação e comunicação <strong>de</strong><br />

grupos marginalizados. Dick Hebdige (1988, p. 190) professa que a existência <strong>de</strong>ssa cultura,<br />

tida como subculturas juvenis, representa gran<strong>de</strong> importância no meio social, pois dá abertura<br />

para novas discussões e que po<strong>de</strong>m levar a transgressão <strong>de</strong> códigos comportamentais, quebras<br />

<strong>de</strong> leis, consciência <strong>de</strong> classe, enfim, abrindo continuamente superfícies para o<br />

questionamento da or<strong>de</strong>m da socieda<strong>de</strong>.<br />

Frente a isso, retrata-se o rap como a manifestação do hiphop mais direta com a<br />

compreensão humana, consi<strong>de</strong>rando-se o uso da linguagem: tem-se o diálogo entre o sujeito e<br />

sua realida<strong>de</strong>, representações e práticas com as quais se expressa em seu meio social, porque,<br />

consoante afirma Rosana Martins (2005, p. 65), o cotidiano <strong>de</strong> um rapper não é só vivido:<br />

torna-se objeto <strong>de</strong> interrogação e <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate – é um espaço <strong>de</strong> reflexão e uma semente<br />

promotora <strong>de</strong> superações das representações sociais.<br />

Diante <strong>de</strong>sse contexto, Rosana Martins continua que a construção poético-musical do rap no<br />

Brasil (como um dos principais pilares <strong>de</strong> um movimento cultural e artístico, o hip-hop),<br />

tem se esforçado na tentativa <strong>de</strong> <strong>de</strong>nunciar e buscar soluções<br />

para fatores que ten<strong>de</strong>m a paralisar a pretensão <strong>de</strong> progresso<br />

neste país tais como, a pobreza, a violência urbana, a violência<br />

policial, a discriminação racial, o resgate da auto-estima dos<br />

afro-brasileiros, as altas taxas <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego, <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong><br />

9

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!