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Anais I Seminário Violar - Faculdade de Educação - Unicamp

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I <strong>Seminário</strong> <strong>Violar</strong> – Problematizando as Juventu<strong>de</strong>s na Contemporaneida<strong>de</strong> –<br />

11 a 13 <strong>de</strong> Agosto 2010<br />

Rio Preto está ajudando bastante para tirar da marginalida<strong>de</strong>, pra tirar <strong>de</strong> coisa errada e tal, já ajudou mais<br />

(entrevista concedida à autora em 12 maio 2009).<br />

Entretanto, diante <strong>de</strong> falas dos próprios atores do Hip Hop que apontam a cultura como possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> re<strong>de</strong>nção ou salvação para crianças e jovens, <strong>de</strong>vemos consi<strong>de</strong>rar que os mecanismos <strong>de</strong> controle<br />

social e os veículos <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> massa têm como um <strong>de</strong> seus instrumentos o marketing. Assim,<br />

gran<strong>de</strong>s canais abertos <strong>de</strong> televisão, que, muitas vezes, são formadores <strong>de</strong> opinião <strong>de</strong> massas,<br />

propagam continuamente esta idéia <strong>de</strong> utilizar a arte para o resgate da cidadania. A partir disso,<br />

po<strong>de</strong>mos afirmar que, neste constante embate das forças, esta linha <strong>de</strong> captura também atravessa as<br />

práticas do Hip Hop.<br />

Neste movimento <strong>de</strong> tentativa <strong>de</strong> capturar as práticas do Hip Hop e torná-las um estilo a ser<br />

consumido, os mecanismos <strong>de</strong> controle social tentam se apropriar da própria potência dos elementos<br />

da Cultura Hip Hop, aproveitando-se também do fato <strong>de</strong> estas práticas artísticas conseguirem atrair<br />

vários jovens em torno <strong>de</strong>las. Com relação a esta prática, referindo–se às oficinas ministradas a<br />

crianças e jovens, certa vez, um B. Boy me disse: ―Nós éramos tudo o que eles precisam‖ (entrevista<br />

concedida à autora em 03 maio 2009).<br />

Ainda com relação às Ongs que ofertam oficinas com os elementos do Hip Hop, po<strong>de</strong>mos dizer que,<br />

ao serem atravessadas pela linha do Estado e dos outros mecanismos <strong>de</strong> controle social, elas<br />

constituem-se uma tentativa eficaz <strong>de</strong> controlar ―os manos‖ 76 , ou os membros do Hip Hop e suas<br />

práticas culturais, concentrando-os em espaços fechados ou autorizados.<br />

Por meio <strong>de</strong>ssas estratégias <strong>de</strong> controle e das linhas <strong>de</strong> captura que atravessam as Ongs, são<br />

produzidos indivíduos que passam a compor a cena dos gran<strong>de</strong>s espetáculos, tão presentes na<br />

atualida<strong>de</strong>. Entretanto, nessas mesmas cenas, processos <strong>de</strong> criação escapam, linhas flexíveis buscam<br />

rachar as linhas duras que constituem as subjetivida<strong>de</strong>s produzidas em série pelo sistema capitalístico.<br />

Po<strong>de</strong>mos dizer que os eventos do Hip Hop existentes <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as festas no bairro que aconteciam nos<br />

guetos <strong>de</strong> Nova-Iorque, com o passar do tempo, começaram a se expandir e surgiram também<br />

campeonatos, sobretudo <strong>de</strong> Breaking em torno do Hip Hop. Também no Brasil, acontecem eventos<br />

diversos, compostos por linhas <strong>de</strong> natureza diversas, sejam elas duras, flexíveis ou <strong>de</strong> fuga.<br />

Antes da propagação e expansão dos campeonatos <strong>de</strong> Breaking, muitos B. Boys se reuniam nos centros<br />

das cida<strong>de</strong>s para dançar, com o intuito <strong>de</strong> propagar a dança, sem se preocuparem com um retorno<br />

financeiro através da dança e sem associá-la a uma profissão (professor <strong>de</strong> Breaking, competidor,<br />

―garoto propaganda‖ <strong>de</strong> marcas esportivas e outras marcas que contratam os B. Boys para participarem<br />

<strong>de</strong> anúncios comerciais).<br />

Nessa perspectiva, durante muito tempo ocorriam as chamadas culturas <strong>de</strong> rua. Com elas, os B. Boys<br />

explicavam que buscavam propagar a cultura:<br />

76 Como são conhecidos os membros do Hip Hop ou os jovens que se i<strong>de</strong>ntificam com esta cultura.<br />

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