14.06.2013 Views

Anais I Seminário Violar - Faculdade de Educação - Unicamp

Anais I Seminário Violar - Faculdade de Educação - Unicamp

Anais I Seminário Violar - Faculdade de Educação - Unicamp

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

I <strong>Seminário</strong> <strong>Violar</strong> – Problematizando as Juventu<strong>de</strong>s na Contemporaneida<strong>de</strong> –<br />

11 a 13 <strong>de</strong> Agosto 2010<br />

opor à cultura global, como po<strong>de</strong>ndo ser, tanto uma barreira como um caminho viável para resiliência,<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da relação entre essa tensão e as outras. Por outro lado, uma a<strong>de</strong>rência à cultura local<br />

po<strong>de</strong> ser compreendida pelos adolescentes como incluindo todos aspectos étnicos , familiares e<br />

comunitários que são distintos dos valores da cultura global. Algumas vezes a cultura local é<br />

facilmente i<strong>de</strong>ntificada e o jovem percebe sua afiliação tribal ou i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> nacional. Em outros casos,<br />

a cultura local e global aparece muito confusa. Nesses casos, a resiliência está mais associada com a<br />

capacida<strong>de</strong> do adolescente lidar efetivamente com ambas as i<strong>de</strong>ntificações (com a cultura global e<br />

local) simultaneamente.<br />

As análises feitas a partir das narrativas dos 89 adolescentes participantes do IRP, articuladamente<br />

com a discussão das 07 tensões mostraram a interação <strong>de</strong> uma com a outra e revelou que resiliência<br />

refere-se a ―encontrar uma maneira <strong>de</strong> viver com relativo conforto, apesar das contradições e conflitos<br />

vivenciados: continuar a negociar e navegar seu caminho através dos <strong>de</strong>safios experienciados a cada<br />

momento‖ (Ungar e cols, 2007b, p.301).<br />

É importante atentarmos às formas pelas quais os indivíduos navegam seus caminhos em direção a<br />

recursos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e negociam pela satisfação <strong>de</strong> suas necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> forma que sejam significativas<br />

para si e <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> sua cultura. Resiliência <strong>de</strong>ve ser compreendida como um estado dinâmico <strong>de</strong> tensão<br />

entre indivíduos, famílias, comunida<strong>de</strong>s e culturas. Ela não é um estado permanente do ser.<br />

Conforme já exposto anteriormente, autores em nível internacional vêm discutindo a relação entre<br />

trabalho infantil e resiliência, inclusive ao se referirem às situações consi<strong>de</strong>radas <strong>de</strong>ntre as piores<br />

formas <strong>de</strong> trabalho infantil, tais como o envolvimento em situações <strong>de</strong> guerra, conforme vemos na<br />

pesquisa realizada por Cortes e Buchanan (2007) com adolescentes envolvidos na guerrilha na<br />

Colômbia, assim como verificamos no artigo <strong>de</strong> Mcadam-Crisp, Aptekar e Kironyo (2005), ao<br />

refletirem sobre a condição <strong>de</strong> várias crianças e adolescentes em vários países que vivem e trabalham<br />

na rua.<br />

OBJETIVO<br />

Analisar como crianças e adolescentes envolvidos em situação <strong>de</strong> trabalho informal urbano e<br />

doméstico resolvem as adversida<strong>de</strong>s que aparecem em suas vidas com o apoio da família, dos amigos<br />

e da religião.<br />

METODOLOGIA<br />

Primeiro foi feita uma análise dos questionários dos 702 participantes da primeira pesquisa. Junto a<br />

um estatístico, foi feita uma amostra que representasse significativamente o número <strong>de</strong> participantes<br />

que trabalham, seja trabalho informal urbano, ou doméstico.<br />

Desta amostra, <strong>de</strong> 40 sujeitos, retornamos às escolas aplicando um novo questionário, o CYRM (The<br />

Child and Youth Resilience Measure), validado por Ungar, que é um instrumento que serve para<br />

avaliar processos <strong>de</strong> resiliência. Selecionamos 08 sujeitos que tiveram a maior pontuação no CYRM e<br />

realizamos entrevistas semi-estruturadas, que foram transcritas para análise. O roteiro <strong>de</strong> questões foi<br />

baseado em Ungar e Liebenberg (2007), pois as questões norteadoras nos permitem uma análise dos<br />

processos <strong>de</strong> resiliência <strong>de</strong> uma forma mais qualitativa e <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>, sendo complementar ao<br />

559

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!