Anais I Seminário Violar - Faculdade de Educação - Unicamp

I Seminário Violar – Problematizando as Juventudes na Contemporaneidade –
11 a 13 de Agosto 2010
direito deveria ser-lhes oferecido, os conteúdos para o vestibular e para o PEIES (forma de
ingresso seriada, durante os três anos do ensino médio, criada e utilizada pela UFSM).
No que se refere às metodologias desenvolvidas em aula, a maioria salientou que não
passa de exposição oral do professor, cópia do quadro para o caderno, sem explicações claras
que possam chamar sua atenção e desafiá-los a envolverem-se com a aula. O professor é
considerado alguém que leva informações para a sala de aula, mas não consegue produzir
outros tipos de aulas, nas quais o desafio e a problematização sejam a tônica do processo de
ensino.
Quando tiveram que optar por um cenário de ensino médio, ou mesmo construir outro,
muitos jovens indicaram o cenário 2, o qual propõe uma escola preocupada em ensinar aos
jovens alunos conteúdos que os ajudariam a ingressar no ensino superior. Este dado nos
surpreendeu, pois hipoteticamente pensávamos que optariam pelo cenário 1 – um ensino
médio que prepararia para a vida e o cenário 3 – um ensino médio de nível técnico
profissional. Principalmente o cenário 3, nos parecia, seria a escolha de nossos sujeitos de
pesquisa, pois sendo alunos de escola pública, sabendo das dificuldades de ingressar em uma
universidade federal sem a passagem por um cursinho pré-vestibular (pago) e oriundos de
famílias de classe popular, o trabalho seria inerente aos seus projetos de vida logo após o
término do ensino médio. Não foi o que constatamos.
A explicação construída até esse momento pelo grupo de pesquisa está respaldada na
condição da cidade de Santa Maria ser a cidade sede da Universidade Federal, que atrai
jovens de várias cidades do Rio Grande do Sul e mesmo outros estados para vir cursar seu
ensino médio em escolas privadas e, ao mesmo tempo fazerem cursinho pré-vestibular, os
quais são muitos. Outro elemento que compõe nossa análise diz respeito à forma de ingresso
seriado, até o momento ainda vigente, na qual as escolas inscrevem-se, assim como os alunos
e ao final de cada ano do ensino médio realizam uma prova que substitui o vestibular. Ao
final dos três anos sua pontuação é somada e podem então ingressar na universidade, sem ter
que participar do concurso vestibular.
Considerações Finais
De posse dos dados da 1ª etapa do projeto podemos inferir algumas relações
estabelecidas entre a cultura escolar, as culturas juvenis e as vivências no espaço da escola.
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