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Anais I Seminário Violar - Faculdade de Educação - Unicamp

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I <strong>Seminário</strong> <strong>Violar</strong> – Problematizando as Juventu<strong>de</strong>s na Contemporaneida<strong>de</strong> –<br />

11 a 13 <strong>de</strong> Agosto 2010<br />

da arte. Isso não significa necessariamente que a vida seja bela, mas que é preciso estabelecer relações<br />

entre o agir, o pensar e o fazer <strong>de</strong> forma a buscar e criar uma obra singular e ética: a própria vida.<br />

Mariguela (2007) terminou seu artigo ‗Genealogia da Ética: o Sujeito em questão‘ publicado<br />

no Dossiê Cuerpo, Lenguaje y Enseñanza com uma pergunta que respon<strong>de</strong>u a seguir:<br />

―Fazendo ressurgir o princípio do cuidado <strong>de</strong> si po<strong>de</strong>mos avaliar as formas <strong>de</strong> subjetivação que estão em jogo em<br />

nossos dias atuais. É possível sustentar uma ética fundada na estética <strong>de</strong> si? Parece-me que os trabalhos finais <strong>de</strong><br />

Foucault permitem respon<strong>de</strong>r que sim‖ (MARIGUELA, 2007, p.222).<br />

A estética da existência está articulada às relações que o sujeito estabelece consigo mesmo e<br />

com os outros, um gesto inventivo <strong>de</strong> encontro, <strong>de</strong> busca <strong>de</strong> novos jeitos <strong>de</strong> viver, on<strong>de</strong> o<br />

individualismo e as posições universais não têm lugar.<br />

Fazer da vida um obra <strong>de</strong> arte, no meu enten<strong>de</strong>r, implica a relação com o outro, pois a arte é<br />

criação, algo que parte <strong>de</strong> um sujeito, mas que sugere a existência <strong>de</strong> um outro. Uma obra <strong>de</strong> arte é<br />

algo que exige trabalho, exige experimentação, tentativas, acertos e erros, <strong>de</strong>scobertas e<br />

aprimoramento. Há que fazer um acabamento na obra e embora para um artista sempre haja ainda algo<br />

a ser feito, há um momento em que ele conclui. A arte produzida lhe satisfaz, mas precisa <strong>de</strong> um outro<br />

que a reconheça. Essa articulação po<strong>de</strong> ser sintetizada numa colocação <strong>de</strong> Foucault na entrevista que<br />

<strong>de</strong>u na Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Berckley, em abril <strong>de</strong> 1983: ―é preciso a cada instante, passo a passo,<br />

confrontar o que se pensa e o que se diz com o que se faz e o que se é.‖ (FOUCAULT, 2004h, p. 219).<br />

Fazer da vida uma obra <strong>de</strong> arte é a arte que ―adolescentes‖ têm me ensinado a ousar.<br />

REFERÊNCIAS<br />

ARCOS-PALMA, R. ―Foucault e Deleuze: a existência como uma obra <strong>de</strong> arte‖. In: Foucault 80<br />

anos. Belo Horizonte, MG: Autêntica, 2006, pp. 283-298<br />

CALLIGARIS, C. A adolescência. São Paulo: Publifolha, 2000.<br />

CAMPOS, M.T.A. A Adolescência Inventada e os Sujeitos que se Inventam na Participação<br />

Social: Capturas e Rupturas. Dissertação <strong>de</strong> Mestrado, <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Educação</strong>, Universida<strong>de</strong><br />

Estadual <strong>de</strong> Campinas, Campinas-SP, Brasil, 2008.<br />

CAMPOS, M.T.A. e SILVA, R.C. se eu morrer, nasce outro igual a mim. In: ETD –<br />

<strong>Educação</strong> Temática Digital, Campinas, v.8, n.esp., p.120-133, <strong>de</strong>z. 2006. Disponível em<br />

http://143.106.58.55/revista/viewissue.php?id=21.<br />

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