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Anais I Seminário Violar - Faculdade de Educação - Unicamp

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I <strong>Seminário</strong> <strong>Violar</strong> – Problematizando as Juventu<strong>de</strong>s na Contemporaneida<strong>de</strong> –<br />

11 a 13 <strong>de</strong> Agosto 2010<br />

Quanto ao posicionamento do proponente do projeto, da coor<strong>de</strong>nadora pedagógica e do<br />

maestro, sugere uma relação <strong>de</strong> confiança e liberda<strong>de</strong> para com os jovens, que, por sua vez, parecem<br />

fazer da casa no Alvorada o seu próprio lar. Nesse ―lugar‖, laços <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong> são construídos enquanto<br />

práticas musicais são vivenciadas por meio da execução, criação e apreciação, seja individual ou<br />

coletiva, valendo-se ou não <strong>de</strong> recursos tecnológicos, em momentos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s ―formais‖ ou<br />

―informais‖.<br />

Talvez a especificida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse cenário que produz e divulga práticas da música <strong>de</strong> concerto em<br />

Uberlândia <strong>de</strong>va-se, então, ao fato <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvê-las na condição <strong>de</strong> um projeto social e <strong>de</strong> contar com<br />

<strong>de</strong>terminados perfis <strong>de</strong> profissionais e <strong>de</strong> aprendizes que impõem uma dinâmica própria ao ―lugar‖.<br />

No que tange o aspecto coletivo do fazer musical no projeto, baseado na ativida<strong>de</strong><br />

performática, mostra-se passível <strong>de</strong> análise segundo o conceito ―Musicking‖, cunhado por Small<br />

(1998), sendo que, como um ―ritual‖, cada envolvido na ação - seja aluno, professor, a zeladora do<br />

projeto ou mesmo as pessoas presentes na platéia das apresentações - <strong>de</strong> alguma maneira <strong>de</strong>la tomam<br />

parte, experimentando seu caráter ―vivencial‖ e ―comunitário‖.<br />

Mas, se o ambiente do projeto mostra-se favorável à interação entre seus atores e à<br />

participação coletiva dos jovens nas ativida<strong>de</strong>s, agindo como atrativo para seu envolvimento com as<br />

práticas da música <strong>de</strong> concerto, percebi sinais <strong>de</strong> que, não só a interação social parece motivá-los,<br />

como também a própria música e a sonorida<strong>de</strong> dos instrumentos. Assim, se a interação dos jovens com<br />

as práticas da música <strong>de</strong> concerto forem também analisados sob a perspectiva <strong>de</strong> DeNora (2000)<br />

acerca da ―força semiótica da música‖, em que a autora atenta-se ao po<strong>de</strong>r exercido pela materialida<strong>de</strong><br />

sonora sobre o humano, em uma ―via <strong>de</strong> mão dupla‖, relevando o contexto social da interação e a<br />

maneira como os indivíduos vivenciam e/ou vivenciaram o texto musical, um passo po<strong>de</strong>rá ser dado<br />

rumo à clarificação dos significados <strong>de</strong>ssas práticas musicais na vida dos jovens do projeto.<br />

Ao pensar em uma resposta para a pergunta ―o que po<strong>de</strong>mos apren<strong>de</strong>r enquanto educadores<br />

musicais a partir do <strong>de</strong>svelar <strong>de</strong> significados atribuídos pelos jovens da OJU às práticas da música <strong>de</strong><br />

concerto?‖, retorno às minhas reflexões ao propor a investigação, quando supunha que as barreiras<br />

para a construção <strong>de</strong> significados não estavam no texto musical, em sua estrutura, nem tampouco, na<br />

faixa etária dos jovens, mas em como as práticas musicais são vivenciadas, transmitidas e recriadas em<br />

cada contexto.<br />

Quanto ao que po<strong>de</strong>mos apren<strong>de</strong>r com os jovens, <strong>de</strong>stacam-se sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se<br />

posicionarem; se auto-organizarem; criarem dinâmicas; imporem modos e ritmos <strong>de</strong> trabalho;<br />

utilizarem recursos tecnológicos <strong>de</strong> sua época em superação aos limites <strong>de</strong> seu ―lugar social‖<br />

(DAYRELL, 2007); conciliarem as práticas da música <strong>de</strong> concerto com outras práticas musicais e<br />

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