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Anais I Seminário Violar - Faculdade de Educação - Unicamp

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I <strong>Seminário</strong> <strong>Violar</strong> – Problematizando as Juventu<strong>de</strong>s na Contemporaneida<strong>de</strong> –<br />

11 a 13 <strong>de</strong> Agosto 2010<br />

Como ressaltam Coimbra e Nascimento (2003), é importante estarmos atentos para as<br />

estratégias e formas <strong>de</strong> resistência que a juventu<strong>de</strong> <strong>de</strong> baixa renda <strong>de</strong>senvolve cotidianamente,<br />

pois apesar das condições em que estão inseridos, estes jovens criam e inventam ‗mecanismos<br />

<strong>de</strong> sobrevivência e luta‘ em seu cotidiano, muitas vezes resistindo à lógica imposta pelo<br />

capital. Nesse sentido, <strong>de</strong>stacam-se as possibilida<strong>de</strong>s do ser humano <strong>de</strong> transformação da<br />

realida<strong>de</strong> em que está inserido e <strong>de</strong> si próprio, apesar das <strong>de</strong>terminações histórico-culturais do<br />

contexto on<strong>de</strong> vive.<br />

Essa possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recriação <strong>de</strong> suas condições <strong>de</strong> existência e <strong>de</strong> si próprio está<br />

diretamente relacionada com os sentidos que permeiam as relações <strong>de</strong> cada sujeito com o<br />

mundo no/do qual participa. Conforme Zanella (2004, p.132), é a ativida<strong>de</strong> humana que<br />

possibilita aos sujeitos transformar a realida<strong>de</strong> – produzir cultura - e se objetivar através das<br />

ações que empreen<strong>de</strong>m. ―Porém, esse processo <strong>de</strong> objetivação pressupõe ao mesmo tempo a<br />

subjetivação do sujeito, pois, ao apropriar-se da ativida<strong>de</strong>, o sujeito apropria-se da história<br />

humana e imprime a esta sua marca‖. Processos estes possíveis pela mediação semiótica, on<strong>de</strong><br />

sentidos são produzidos nas relações estabelecidas e apropriados pelos sujeitos, ou seja,<br />

tornados próprios, o que caracteriza a diversida<strong>de</strong> humana.<br />

Nesses processos mediados semioticamente, a afetivida<strong>de</strong> é um elemento fundamental a ser<br />

consi<strong>de</strong>rado. Sawaia (2001, p.98) <strong>de</strong>staca que na análise dos processos <strong>de</strong> exclusão/inclusão<br />

social, o ―sofrimento ético-político‖ po<strong>de</strong> ser uma das categorias <strong>de</strong> análise. De acordo com a<br />

autora, é necessário ―colocar no centro das reflexões sobre exclusão, a idéia <strong>de</strong> humanida<strong>de</strong> e<br />

como temática o sujeito e a maneira como se relaciona com o social (família, trabalho, lazer e<br />

socieda<strong>de</strong>), <strong>de</strong> forma que, ao falar <strong>de</strong> exclusão, fala-se <strong>de</strong> <strong>de</strong>sejo, temporalida<strong>de</strong> e <strong>de</strong><br />

afetivida<strong>de</strong>, ao mesmo tempo que <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, <strong>de</strong> economia e <strong>de</strong> direitos sociais‖. Como <strong>de</strong>staca<br />

Zanella (2004, p.135), a constituição do sujeito como objeto do conhecimento requer ―o olhar<br />

sobre as condições sociais, históricas e econômicas em que este se insere e as características<br />

dos grupos sociais a que pertence‖.<br />

No caso <strong>de</strong>sta pesquisa <strong>de</strong>stacamos algumas estratégias utilizadas pelos participantes,<br />

mediadas por possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalho/emprego, pela escola, pelos ―projetos sociais‖, pela<br />

participação em ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> lazer, em ativida<strong>de</strong>s religiosas, entre outras. Possibilida<strong>de</strong>s estas<br />

diretamente relacionadas com o contexto da socieda<strong>de</strong> contemporânea.<br />

O problema <strong>de</strong> trabalho/emprego foi trazido pela maioria dos participantes, tanto por aqueles<br />

que estavam trabalhando quanto pelos <strong>de</strong>mais. Em relação aos que estavam inseridos no<br />

mercado <strong>de</strong> trabalho, <strong>de</strong>stacaram-se as condições que são oferecidas e as (im)possibilida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> escolha. Nas falas abaixo po<strong>de</strong>mos observar algumas das dificulda<strong>de</strong>s encontradas por<br />

estes jovens:<br />

Eu não acho difícil conseguir trabalho [em Florianópolis]. [...] É acho até um pouco fácil, porque aparece<br />

bastante. [...] o difícil é achar o serviço que tu quer... [...] Tem bastante, mas ... [...] tem operador <strong>de</strong><br />

telemarketing, uma coisa cansativa. Tem <strong>de</strong> serviço doméstico, é uma coisa que sempre tem, nunca vai <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong><br />

ter. Tem <strong>de</strong>... estágio, estágio é uma coisa que não... acrescenta só no... currículo, mas na vida não acrescenta <strong>de</strong><br />

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