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Anais I Seminário Violar - Faculdade de Educação - Unicamp

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I <strong>Seminário</strong> <strong>Violar</strong> – Problematizando as Juventu<strong>de</strong>s na Contemporaneida<strong>de</strong> –<br />

11 a 13 <strong>de</strong> Agosto 2010<br />

em meio ao conjunto das interações que ocorrem na escola. Em meio à aparente <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m, eles po<strong>de</strong>m estar<br />

anunciando uma nova or<strong>de</strong>m que a instituição escolar ainda insiste em negar. (DAYRELL, 2007: 1121)<br />

Esta constatação contrasta com o objetivo do PP, naquilo que lhe é peculiar, ou seja,<br />

conter as ações, metas, os projetos a serem <strong>de</strong>senvolvidos em um período <strong>de</strong>terminado. Uma<br />

vez que a escola convive com a questão da indisciplina, conforme apontam os professores, e<br />

possíveis ações planejadas para que se estu<strong>de</strong>m as causas e os efeitos <strong>de</strong>sta situação <strong>de</strong>ixam<br />

<strong>de</strong> estar incorporadas aos momentos <strong>de</strong> formação continuada dos professores.<br />

A normatização – que muitas vezes os profissionais da educação impõem ao coletivo<br />

discente – incorporam ações para a normatização, para a a<strong>de</strong>quação a princípios construídos<br />

pelo adulto.<br />

Po<strong>de</strong>mos afirmar que a unida<strong>de</strong> escolar apresenta-se como um espaço peculiar que articula diferentes dimensões.<br />

Institucionalmente, é or<strong>de</strong>nada por um conjunto <strong>de</strong> normas e regras que buscam unificar e <strong>de</strong>limitar a ação dos<br />

seus sujeitos. No cotidiano, porém, convive com uma complexa trama <strong>de</strong> relações sociais entre os sujeitos<br />

envolvidos – alunos, professores, funcionários, pais – que incluem alianças e conflitos, imposição <strong>de</strong> normas e<br />

estratégias, individuais ou coletivas, <strong>de</strong> transgressão e <strong>de</strong> acordos; um processo <strong>de</strong> apropriação constante dos<br />

espaços, das normas, das práticas e dos saberes que dão forma à vida escolar. Fruto da ação recíproca entre o<br />

sujeito e a instituição, esse processo, como tal, é heterogêneo. (DAYRELL, 2007: 1118)<br />

O estudo do cotidiano escolar, que intensifica os acordos, as alianças, os conflitos, as<br />

transgressões é possível acontecer no horário do estudo coletivo, em que esta questão da<br />

―transgressão juvenil‖ po<strong>de</strong>ria ter sido prevista no Projeto Pedagógico para ser estudada, ou<br />

ela não é tão importante como parece, pois não há referências à questão da juventu<strong>de</strong>, <strong>de</strong> se<br />

compreen<strong>de</strong>r como é que o jovem se constitui na contemporaneida<strong>de</strong>, enquanto possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r o porquê daquilo que se intitulou como indisciplina, <strong>de</strong> estudar o que seria a<br />

escola para os jovens?<br />

As regras a serem seguidas – instrumentalizadas por ações dos adultos em relação aos jovens<br />

– institucionalizam uma forma <strong>de</strong> conceber as relações que se estabelecem na sala <strong>de</strong> aula, por<br />

exemplo, em que sequências <strong>de</strong> ações muitas vezes contrárias se entrecruzam na perspectivas<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>marcação <strong>de</strong> territórios, <strong>de</strong> busca por autorida<strong>de</strong> através <strong>de</strong> ações autoritárias.<br />

Toda socieda<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> e complexa tem, na verda<strong>de</strong>, duas qualida<strong>de</strong>s: é muito firme e muito elástica. Em seu<br />

interior, constantemente, se abre um espaço para <strong>de</strong>cisões individuais. Apresentam-se oportunida<strong>de</strong>s que po<strong>de</strong>m<br />

ser aproveitadas ou perdidas. [...] Mas as oportunida<strong>de</strong>s entre as quais a pessoa se vê forçada a optar não são, em<br />

si mesmas, criadas por essa pessoa. São prescritas e limitadas pela estrutura específica <strong>de</strong> sua socieda<strong>de</strong> e pela<br />

natureza das funções que as pessoas exercem <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>la. E, seja qual for a oportunida<strong>de</strong> que ela aproveite, seu<br />

ato se entremeará com os <strong>de</strong> outras pessoas; <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ará outras seqüências <strong>de</strong> ações, cuja direção e resultado<br />

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