14.06.2013 Views

Anais I Seminário Violar - Faculdade de Educação - Unicamp

Anais I Seminário Violar - Faculdade de Educação - Unicamp

Anais I Seminário Violar - Faculdade de Educação - Unicamp

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

I <strong>Seminário</strong> <strong>Violar</strong> – Problematizando as Juventu<strong>de</strong>s na Contemporaneida<strong>de</strong> –<br />

11 a 13 <strong>de</strong> Agosto 2010<br />

Por <strong>Educação</strong> 130 entendo todas as práticas pautadas pela não hierarquização, não autoritarismo e o não<br />

disciplinamento do saber nas relações educando-educador. Entendo que sejam formas autogestionárias<br />

e organizadas por um coletivo que queira constituir saberes não legitimados e que afirmem as práticas<br />

vividas.<br />

Que possibilite às pessoas se perceberem em outras entradas-saídas, inventadas por elas mesmas e no<br />

<strong>de</strong>sbloqueio <strong>de</strong> mentes embrutecidas por condicionamentos aplicados ao longo <strong>de</strong> muitas gerações<br />

através das instituições <strong>de</strong> captura como escola, família, igreja.<br />

Buscar pequenas conquistas cotidianas, pois a vida se movimenta com os experimentos, as aberturas,<br />

as diferenças, as multiplicida<strong>de</strong>s. Possibilitar que as pessoas se abram para a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecer e<br />

experimentar situações novas e saber que é possível a construção pela busca da liberda<strong>de</strong> individual e<br />

a felicida<strong>de</strong> pessoal na <strong>Educação</strong> que queira o conhecimento pela vonta<strong>de</strong>.<br />

Criar formas <strong>de</strong> saber, para assim, <strong>de</strong>struí-los e renová-los a cada instante da vida. Isto é o processo<br />

das intensida<strong>de</strong>s. O saber <strong>de</strong>ve morrer 131 a cada instante para torná-lo em vida um experimento que<br />

tenha sentido a mim mesmo.<br />

―Alternativas para a <strong>de</strong>seducação‖ texto <strong>de</strong> Paul Goodman 132 , apontam que a <strong>de</strong>seducação eduque<br />

mais que o a<strong>de</strong>stramento do ensino escolarizante. Afirma que o uso da cida<strong>de</strong> como sala <strong>de</strong> aula po<strong>de</strong><br />

educar usando exemplos concretos dos conteúdos ensinados, do que criar uma abstração <strong>de</strong>stes<br />

conteúdos e trazê-lo para <strong>de</strong>ntro da sala <strong>de</strong> aula como parte <strong>de</strong> um currículo.<br />

Assim a <strong>Educação</strong> pensada pelo autor assinala novas ocupações, que não sirvam apenas para<br />

obtenção <strong>de</strong> status e salários, a <strong>Educação</strong> não po<strong>de</strong> ser algo vago, pelo contrário, precisa ser<br />

voluntária, variada e diversificada.<br />

Mikael Bakunin no seu artigo ―A <strong>Educação</strong> Integral 133 ‖, aponta que a mudança na <strong>Educação</strong> é<br />

condição necessária, mas não suficiente para modificar a socieda<strong>de</strong>. Afirma que ―o primeiro dia <strong>de</strong><br />

vida escolar <strong>de</strong>ve ser o <strong>de</strong> maior autorida<strong>de</strong> e o <strong>de</strong> ausência quase total <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>, porém seu último<br />

dia será o <strong>de</strong> maior liberda<strong>de</strong> e o <strong>de</strong> abolição absoluta <strong>de</strong> todo vestígio do princípio <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>‖.<br />

Nessa citação o autor, não apresenta o pensamento sobre a autorida<strong>de</strong> como um mo<strong>de</strong>lo a ser imposto,<br />

ou or<strong>de</strong>ns a serem executadas. Isto po<strong>de</strong> ser percebido no cerne do Estado e marcado nas pessoas<br />

através dos discursos proferidos ditos verda<strong>de</strong>iros, que impõe às pessoas condutas como a aquisição <strong>de</strong><br />

carteira <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, voto obrigatório, impostos a serem pagos. A escola é também uma instância<br />

fortemente autoritária, impondo os conteúdos, aprovando ou não alunos, controlando-os com ca<strong>de</strong>rnos<br />

negros, que registram o comportamento e classificam más ou boas condutas.<br />

A autorida<strong>de</strong> nesse sentido se apresenta para o controle e domínio, através do exercício da imposição<br />

<strong>de</strong> vonta<strong>de</strong>s e que se encaminha para o autoritarismo, este que é arbitrário e impõe verda<strong>de</strong>s através <strong>de</strong><br />

seus discursos <strong>de</strong> saberes-po<strong>de</strong>res e normas sobre os outros. Uma instância fortemente constituída<br />

(Estado, família, Igreja, escola) que manda na conduta <strong>de</strong> certo coletivo <strong>de</strong> pessoas.<br />

130<br />

Pensamento extraído do livro ―História das idéias e movimentos Anarquista‖, vol.1, A idéia, <strong>de</strong> George<br />

Woodcock e reelaborado por mim.<br />

131<br />

Encontrei este pensamento com Max Stirner ―O falso princípio <strong>de</strong> nossa <strong>Educação</strong>‖. São Paulo: Imaginário,<br />

2001.<br />

132<br />

―Os gran<strong>de</strong>s escritos anarquistas‖. Organizado por George Woodcock, SP: L&PN, 1998.<br />

133<br />

Livro ―<strong>Educação</strong> Libertária‖ (1989), organizado por F. G. Moriyón.<br />

347

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!