Anais I Seminário Violar - Faculdade de Educação - Unicamp

I Seminário Violar – Problematizando as Juventudes na Contemporaneidade –
11 a 13 de Agosto 2010
Enquanto isso, nenhuma vitima disse que é raro ter trabalhos em grupo. Talvez porque não faça tanta
questão em ter esse tipo de trabalho. Muitas vezes os alunos relacionam trabalho em grupo com
apresentações perante a sala, e as vítimas geralmente apresentam dificuldades em falar em publico
(Leme, 2006). Também verificamos na figura 8 que a maior porcentagem dentre os alunos que
frequentemente são os últimos a serem escolhidos para compor um grupo estão entre as vítimas de
bullying, com 6,3%. Isso também é um bom motivo para que eles evitem trabalhos em grupo. São
aqueles considerados impopulares, diferentes até que provem o contrário (Tognetta, 2010).
Tecendo algumas considerações...
Muito mais do que um modismo, o Bullying é uma realidade presente em nossas escolas e que
tem causado constrangimentos, desafetos e traumas para um bom número de crianças. Em nossa
pesquisa pudemos constatar que vários dos dados obtidos corroboram os dados de diversas outras
pesquisas realizadas por diversos pesquisadores de diferentes regiões brasileiras ou mesmo países.
Percebemos que num quadro de Bullying há autores, e estes precisam da nossa ajuda, seja para
se sensibilizarem sobre os outros e assim se tornarem mais humanos, deixando para trás a brutalidade,
seja física ou psicológica; ou mesmo para ajudá-los no caso de suas atitudes serem uma forma de se
descarregar do peso de problemas graves, que porventura, estejam sofrendo.
Há também vítimas, que diante de sua auto-estima baixa e/ou e por traços físicos que não se
enquadram nos padrões, tornam-se mesmo que inconscientemente alvos em potencial para autores de
bullying. Essas vítimas precisam de apoio para superar suas fraquezas e limitações para assim se
tornarem pessoas capazes de confiar em seu potencial e se tornarem mais completas e independentes.
Neste contexto, também há os espectadores, pessoas que diante de casos de abuso preferem
apoiar o agressor, seja por medo de ser a próxima vítima ou por simplesmente desejarem estar com
aqueles que são populares no seu meio (os agressores/autores). Faz-se necessário que essas crianças e
jovens se indignem com essas situações, que não apóiem esse tipo de atitude agressiva e com isso,
desarme os candidatos a autores de bullying, que sem platéia, não possuem ―combustível‖ para tais
atitudes.
Diante do quadro atual em que a educação parece sofrer uma forte crise de alienação entre as
autoridades, professores e até mesmo alunos que se destacam por um característico desinteresse, faz-se
necessário a construção de um ambiente sociomoral cuja confiança e respeito entre pares
preponderem. Assim, não somente casos de bullying poderiam ser reduzidos e até mesmo evitados,
sobretudo para propiciarmos à nossas crianças e jovens uma formação adequada levando-os a
autonomia moral.
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