14.06.2013 Views

Anais I Seminário Violar - Faculdade de Educação - Unicamp

Anais I Seminário Violar - Faculdade de Educação - Unicamp

Anais I Seminário Violar - Faculdade de Educação - Unicamp

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

I <strong>Seminário</strong> <strong>Violar</strong> – Problematizando as Juventu<strong>de</strong>s na Contemporaneida<strong>de</strong> –<br />

11 a 13 <strong>de</strong> Agosto 2010<br />

Com relação à categoria quatro (4) - Ir para a escola - é importante frisar que ―ir para a<br />

escola‖ não representa diretamente uma situação indutora <strong>de</strong> sentimentos em sala <strong>de</strong> aula. No<br />

entanto, os alunos <strong>de</strong>monstraram que ir para escola é algo que <strong>de</strong>sperta sentimentos<br />

contraditórios, acentuando-se os <strong>de</strong> mal-estar, que interferem na disposição <strong>de</strong> assistir às<br />

aulas, e, portanto, na relação com o professor.<br />

Emoções relacionadas à frequência escolar surgiram fortemente durante todo o grupo focal.<br />

Os adolescentes revelaram sentimentos contraditórios nesta situação, <strong>de</strong>vido ao mal-estar<br />

vivido com relação ao processo <strong>de</strong> ensino-aprendizagem, <strong>de</strong>monstrando claramente a vonta<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sistir dos estudos.<br />

Ai, sei lá, dona, tem vezes que dá vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> fugir da escola. Não quero mais estudar, não!<br />

(menino)<br />

Ao serem questionados sobre os motivos pelos quais <strong>de</strong>sejavam parar <strong>de</strong> estudar, apareceram<br />

vários <strong>de</strong>les, tais como: a escola é <strong>de</strong>sinteressante, as aulas são maçantes, os professores são<br />

chatos, sentimento <strong>de</strong> que já passaram da ida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>al para continuar os estudos e, para aqueles<br />

que estudam a noite, preferência em sair com os amigos a ter que ir para a escola.<br />

Esse dado reafirma o relatório <strong>de</strong> Abramovay (2002), em que 31% dos participantes,<br />

estudantes entre 15 e 17 anos da re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> ensino, revelaram perda da vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> ir à<br />

escola.<br />

Os adolescentes participantes <strong>de</strong>ste trabalho não associam o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> parar <strong>de</strong> estudar com a<br />

violência presente no cotidiano escolar, já a pesquisa da Abramovay (2002) revela o contrário,<br />

afirmando que a violência se reflete na estrutura sócio-organizacional da escola em três<br />

sentidos: <strong>de</strong>gradação do ambiente escolar, <strong>de</strong>vido à dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> gestão, resultando em<br />

estruturas <strong>de</strong>ficientes; infiltração <strong>de</strong> gangues e do tráfico <strong>de</strong> drogas; características próprias <strong>de</strong><br />

cada estabelecimento.<br />

Ao serem questionados sobre as motivações que os fazem insistir nos estudos, apesar do forte<br />

<strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> não ir mais à escola, os adolescentes apresentam razões como: a importância da<br />

formação escolar para a entrada no mercado <strong>de</strong> trabalho; a consi<strong>de</strong>ração e respeito aos pais,<br />

que os aconselham <strong>de</strong>ssa forma; além da alimentação oferecida no estabelecimento.<br />

Ao reconhecerem a importância da escola para alcançar uma profissão melhor, corroboram a<br />

pesquisa realizada por Aguiar & Ozella (2008), em que os adolescentes também consi<strong>de</strong>ram<br />

os estudos importantes para a entrada no mercado <strong>de</strong> trabalho. Entretanto, é interessante notar<br />

que, assim como em Aguiar & Ozella, esses jovens não mencionaram aspirações quanto a<br />

universida<strong>de</strong>, e, em <strong>de</strong>terminada situação, um <strong>de</strong>les até afirmou não ter esse <strong>de</strong>sejo:<br />

Eu não vou fazer faculda<strong>de</strong>, não, dona! (menino)<br />

367

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!