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Anais I Seminário Violar - Faculdade de Educação - Unicamp

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I <strong>Seminário</strong> <strong>Violar</strong> – Problematizando as Juventu<strong>de</strong>s na Contemporaneida<strong>de</strong> –<br />

11 a 13 <strong>de</strong> Agosto 2010<br />

Quem é você? Me explique a tribo que você é<br />

Quem é seu cacique? Quem é seu pajé?<br />

Não vai fumar mais nosso cachimbo da paz<br />

Se não tem a cabeça raspada e nem o<strong>de</strong>ia os negros e<br />

ju<strong>de</strong>us<br />

Não consi<strong>de</strong>ra sua raça nobre e purificada<br />

Como que mera imagem e semelhança <strong>de</strong> Deus<br />

Se não transpira o pó das flanelas<br />

Nem foi Seattle que te inspirou<br />

Não usa nem bermuda nem cabelo até as canelas<br />

Nem quer que o mundo acabe num show <strong>de</strong> Rock'n<br />

Rool<br />

Se não é hippie, se não é punk<br />

Qual é seu pique, você anda com quem?<br />

Não é yuppie, nem dança funk<br />

Então <strong>de</strong>sculpe, você não é ninguém<br />

(“Tribos Urbanas”, música <strong>de</strong> Marcelo Quintanilha)<br />

Surgidos no cimento da urbe. Góticos, Patricinhas, Skinheads, Rockeiros, Hippies,<br />

Punks, Yuppies, Funkeiros, Skatistas, Rappers, Emos, Metaleiros, Pago<strong>de</strong>iros, Clubbers.<br />

Nomes sonoros, rótulos que forjam realida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>limitam territórios. Indicações <strong>de</strong> um mapa<br />

<strong>de</strong>sconhecido ainda que cotidiano, on<strong>de</strong> imperam outras leis, outros valores.<br />

O trecho da música acima retrata uma atitu<strong>de</strong> muito comum em relação aos jovens <strong>de</strong> hoje,<br />

presente principalmente nos meios <strong>de</strong> comunicação, <strong>de</strong> classificá-los em <strong>de</strong>terminados grupos ou<br />

―tribos‖, referidos a distintos modos ou estilos <strong>de</strong> vida, que se distinguem uns dos outros por<br />

distintivos na imagem visual, gosto musical ou i<strong>de</strong>ologia <strong>de</strong>fendida por seus membros.<br />

Para a realização da pesquisa <strong>de</strong> Mestrado ―I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s Nôma<strong>de</strong>s – as ―tribos urbanas‖ e o<br />

contexto escolar‖, foi necessário partir <strong>de</strong> tais classificações ―senso-comum‖ para visualizar a<br />

diferenciação por meio da formação <strong>de</strong> grupos entre os jovens e a diversida<strong>de</strong> existente entre esses.<br />

Em um primeiro momento, os múltilplos rótulos atrelados ao termo ―tribo‖ permitem<br />

visualizar a diversida<strong>de</strong> e a heterogeneida<strong>de</strong> culturais presentes nas práticas dos jovens, porém<br />

informam pouco sobre os significados do mundo juvenil.<br />

A atenção em relação à i<strong>de</strong>ntificação do ―diferente‖, presente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início da investigação,<br />

tornou-se ao longo da pesquisa o ―nó‖ que, muitas vezes querendo ―<strong>de</strong>sfazer-se‖, formou novas<br />

―tramas‖ e permitiu a movimentação <strong>de</strong> meu olhar como pesquisadora, <strong>de</strong> forma a ―classificação‖ se<br />

tornar um elemento cada vez mais secundário na pesquisa, muitas vezes até <strong>de</strong>snecessária.<br />

Sendo assim, conhecer e problematizar as práticas culturais <strong>de</strong> tais grupos, como tais práticas<br />

constituem i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s juvenis e engendram processos <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação e, num segundo momento,<br />

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