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Anais I Seminário Violar - Faculdade de Educação - Unicamp

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I <strong>Seminário</strong> <strong>Violar</strong> – Problematizando as Juventu<strong>de</strong>s na Contemporaneida<strong>de</strong> –<br />

11 a 13 <strong>de</strong> Agosto 2010<br />

A imagem que quero <strong>de</strong>stacar porém, com a lembrança <strong>de</strong>sse filme, é a cena em que uma aluna,<br />

fazendo uma avaliação, ao final do ano, diz ao professor: ―Eu não aprendi nada esse ano. Nada me<br />

interessou e nada me interessa. Não quero ser nada quando crescer‖.<br />

A antropóloga Regina Novaes (2006) afirma que a juventu<strong>de</strong> vive uma experiência geracional inédita<br />

e é o segmento mais vulnerável frente às mudanças sociais que acontecem no mundo <strong>de</strong> hoje,<br />

especialmente às associadas à inserção profissional e à violência.<br />

Os jovens, na pesquisa ―Jovens brasileiros e Democracia‖ (IBASE, 2006), ressaltaram como suas<br />

principais preocupações: a violência, o <strong>de</strong>semprego e a educação. Para eles, há <strong>de</strong>cepção, mas não<br />

<strong>de</strong>scrença no papel da educação como elemento capaz <strong>de</strong> produzir mudança. A educação, sobretudo<br />

escolar, é vista como passaporte para um futuro mais estável, on<strong>de</strong> os jovens vislumbram<br />

oportunida<strong>de</strong>s, tanto <strong>de</strong> qualificação e inserção profissional, quanto <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> social. Até o acesso<br />

à Cultura, a computadores e ao lazer <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m, em parte, da escola, uma instituição que, segundo<br />

eles, precisa <strong>de</strong> transformações. Faltam recursos, as aulas são tradicionais, os professores estão<br />

<strong>de</strong>smotivados e os alunos <strong>de</strong>sinteressados. Recomendam a melhoria na infra-estrutura e um maior<br />

investimento na qualificação e valorização docente, para que sejam incorporadas novas estratégias <strong>de</strong><br />

ensino, capazes <strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar o interesse dos alunos.<br />

De acordo com as principais fontes <strong>de</strong> informação, ainda hoje, essas apreensões têm fundamento. Na<br />

maioria dos países, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), os jovens apresentam<br />

uma taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego muito elevada e superior a dos adultos, o que não é diferente no mercado <strong>de</strong><br />

trabalho brasileiro. O Relatório (OIT, 2009) ―Trabalho <strong>de</strong>cente e juventu<strong>de</strong> no Brasil‖, divulgado em<br />

julho, informa que 67,5% dos jovens, entre 15 e 24 anos, estavam <strong>de</strong>sempregados ou na informalida<strong>de</strong><br />

em 2006. O referido estudo aponta como priorida<strong>de</strong>s para a formulação <strong>de</strong> políticas públicas:<br />

fortalecer as ações <strong>de</strong> elevação da escolarida<strong>de</strong>; investir em ações <strong>de</strong> combate à evasão escolar<br />

precoce; melhorar a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensino; ampliar oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> educação profissional e<br />

tecnológica; e reduzir <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s educacionais.<br />

Por outro lado, a falta <strong>de</strong> investimentos e <strong>de</strong> políticas públicas para os jovens que possibilitem acesso a<br />

uma educação <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, a programas <strong>de</strong> profissionalização e a alternativas culturais explica, para<br />

alguns especialistas, o resultado do índice <strong>de</strong> homicídios na adolescência (IHA). O Índice estima o<br />

risco que adolescentes têm <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r a vida por causa da violência. O IHA (2009) foi divulgado,<br />

também em julho, pela Secretaria Especial <strong>de</strong> Direitos Humanos (SEDH) e informava, por exemplo,<br />

que os homicídios representariam hoje 46% das causas <strong>de</strong> morte da faixa etária entre 12 a 18 anos. No<br />

Brasil a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser uma vítima <strong>de</strong> homicídio é maior entre os adolescentes e jovens.<br />

―Tempo <strong>de</strong> Permanência na escola‖, pesquisa divulgada em abril, pelo Centro <strong>de</strong> Políticas Sociais, da<br />

Fundação Getúlio Vargas (FGV, 2009), mostra que o principal motivo da evasão escolar <strong>de</strong><br />

adolescentes é a falta <strong>de</strong> interesse. Dos jovens <strong>de</strong> 15 a 17 anos que abandonaram a escola, 40,1% o<br />

fizeram por <strong>de</strong>sinteresse. O trabalho é motivo para 27,1%. Atualmente o ensino médio tem a maior<br />

taxa <strong>de</strong> evasão.<br />

Corte.<br />

Dois professores se encontram. O professor <strong>de</strong> História comenta que está abordando <strong>de</strong>terminada<br />

época e pe<strong>de</strong> ao professor <strong>de</strong> Francês que programe a leitura <strong>de</strong> romances clássicos do mesmo período.<br />

O professor <strong>de</strong> Francês não concorda. Não crê que seja possível para os alunos, além <strong>de</strong> temer que a<br />

relação com eles se torne ainda mais difícil.<br />

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