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Anais I Seminário Violar - Faculdade de Educação - Unicamp

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I <strong>Seminário</strong> <strong>Violar</strong> – Problematizando as Juventu<strong>de</strong>s na Contemporaneida<strong>de</strong> –<br />

11 a 13 <strong>de</strong> Agosto 2010<br />

Para o grupo respon<strong>de</strong>nte está efetivada a adoção da Justiça Restaurativa, com apontamento<br />

das possibilida<strong>de</strong>s apresentadas, mas também das fragilida<strong>de</strong>s da implantação: opinam que a<br />

metodologia precisa ser melhor reconhecida e vivenciada pelos facilitadores, a fim <strong>de</strong> ganhar<br />

segurança nos procedimentos com resultados em número <strong>de</strong> Processos Restaurativos com alto grau <strong>de</strong><br />

restaurativida<strong>de</strong>.<br />

Em pergunta especifica sobre a capacitação para a metodologia <strong>de</strong> Processos Restaurativos<br />

consi<strong>de</strong>rou-se que a capacitação foi oferecida <strong>de</strong> forma a envolver facilitadores <strong>de</strong> diferentes espaços<br />

<strong>de</strong> atuação e apropriação do tema enquanto princípio do valor Justiça, esclarecimento sobre o diálogo,<br />

<strong>de</strong>senvolvendo uma escuta primorosa e acolhedora do outro. Conseguiu-se apontar a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se<br />

ultrapassar a punição e alcançar a restauração das e nas relações, para cultivar no futuro uma cultura<br />

<strong>de</strong> paz.<br />

No que se refere à atuação nos Processos Restaurativos, os facilitadores <strong>de</strong>stacam que a forma<br />

como foram conduzidas as vivências práticas com os Processos Restaurativos não foram suficientes<br />

para a apropriação da metodologia, sendo importante a supervisão e a capacitação continuada. E que o<br />

valor Justiça, enquanto princípio, só se alcança pela postura do facilitador: a imparcialida<strong>de</strong> e a forma<br />

como se manifesta nas respostas, manifestação esta reflexo do seu entendimento e compreensão da<br />

escuta que cada uma das partes terá, das necessida<strong>de</strong>s apresentadas, através da circulação da palavra,<br />

que culmina no diálogo e constrói novas possibilida<strong>de</strong>s para se enfrentar os danos causados. Esses<br />

momentos são <strong>de</strong> exercício da liberda<strong>de</strong> e da verda<strong>de</strong>, <strong>de</strong> vivência não apenas para as partes, mas<br />

também para o facilitador, que precisa empaticamente participar do processo, sem intervir com seus<br />

conceitos pessoais, mas traduzindo os sentimentos <strong>de</strong>liberados no encontro.<br />

Importante reconhecer também, nas respostas, que o exercício <strong>de</strong>manda disponibilida<strong>de</strong><br />

pessoal além da técnica, e que os dois anos e quatro meses <strong>de</strong> contato dos facilitadores com o tema<br />

Justiça Restaurativa não foram suficientes para estabelecer agendas e movê-los a se organizar <strong>de</strong>ntro<br />

das priorida<strong>de</strong>s pessoais e profissionais, e consequentemente, dar sustentação e fortalecimento nas<br />

unida<strong>de</strong>s para a elaboração dos Sistemas Restaurativos.<br />

Por outro lado, existem etapas vencidas que se apresentam como facilida<strong>de</strong>s. Se bem<br />

analisadas, são vitórias que agregam credibilida<strong>de</strong> ao processo, pois os espaços físicos conseguem se<br />

adaptar, as equipes bem sensibilizadas se tornam colaborativas, o exercício da metodologia gera<br />

tranquilida<strong>de</strong> e confiança pessoal e profissional e, especialmente, quem participou <strong>de</strong> Processos<br />

Restaurativos sentiu-se satisfeito com os resultados.<br />

A pesquisa mostrou que é <strong>de</strong>sejável que um investimento <strong>de</strong> tempo e cuidado preceda a<br />

capacitação <strong>de</strong> facilitadores, para que o valor Justiça seja trabalhado a nível pessoal, construindo, ao<br />

menos neste grupo, uma cultura <strong>de</strong> restaurativida<strong>de</strong>, garantindo bases para o trabalho com a<br />

Metodologia Restaurativa.<br />

Assim, quando a Justiça Restaurativa pertencer ao cotidiano das comunida<strong>de</strong>s/pessoas, então<br />

passará a ser adotada por elas. A partir do momento em que se opta pelo diálogo, que oportuniza a<br />

escuta e a fala, e provoca o reconhecimento das necessida<strong>de</strong>s das pessoas e a construção da capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> responsabilização e a partir do momento em que o outro possa ser ouvido e compreendido nasce o<br />

respeito pela diversida<strong>de</strong> e se estabelece o conviver.<br />

Cientes do que se trata, as pessoas po<strong>de</strong>rão fazer escolhas conscientes: se preferem a Justiça<br />

Retributiva, com relações que se constroem pelo ter, pela retribuição, ou se <strong>de</strong>sejam ver seus conflitos<br />

serem dirimidos pela Justiça Restaurativa, com relações que se constroem pelo ser, pela restauração.<br />

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