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Anais I Seminário Violar - Faculdade de Educação - Unicamp

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I <strong>Seminário</strong> <strong>Violar</strong> – Problematizando as Juventu<strong>de</strong>s na Contemporaneida<strong>de</strong> –<br />

11 a 13 <strong>de</strong> Agosto 2010<br />

entanto, quando passava por estas sempre andava com um único amigo, não saia com o grupo<br />

<strong>de</strong> amigos da sua localida<strong>de</strong>, pois isto provavelmente implicaria conflitos.<br />

Em algumas situações a circulação na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong>manda a aprendizagem <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong><br />

sobrevivência, pois códigos vão sendo ―escritos‖ e imputam mudanças nos modos <strong>de</strong><br />

circulação pelos espaços, das parcerias possíveis a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r das ativida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> e com<br />

quem se transita.<br />

Em relação à ocupação do tempo livre, outro ponto que se <strong>de</strong>stacou foi a participação <strong>de</strong><br />

alguns dos jovens e suas famílias em ativida<strong>de</strong>s religiosas. Uma das imagens registradas por<br />

João mostrava uma das igrejas no centro da cida<strong>de</strong> que alguns dos participantes e familiares<br />

relataram freqüentar. Outros participantes <strong>de</strong> Lírios e <strong>de</strong> Petúnia relataram freqüentar os<br />

cultos realizados nas localida<strong>de</strong>s on<strong>de</strong> moravam, também nos finais <strong>de</strong> semana.<br />

A família foi outro aspecto apresentado como fundamental na constituição <strong>de</strong> alguns<br />

<strong>de</strong>sses jovens, como é <strong>de</strong>stacado por Antônio que, ao ser questionado sobre quem ele mais<br />

admirava, trouxe as pessoas da sua família:<br />

Pesq.: E o que você mais admira neles?<br />

Antônio: A vonta<strong>de</strong>.<br />

Pesq.: A vonta<strong>de</strong>?<br />

Antônio: O prazer que eles têm.<br />

Pesq.: Prazer em que assim?<br />

Antônio: Prazer <strong>de</strong> ter o que eles querem né, o que eles querem fazer mesmo é conseguir arrumar um emprego<br />

pra mim, por exemplo, pra eu po<strong>de</strong>r ajudar eles. O que eu admiro mesmo é a vonta<strong>de</strong> que eles tem <strong>de</strong> arrumar<br />

emprego, arrumaram um pro meu tio, eles têm vonta<strong>de</strong> né, e a minha mãe fala que a gente não po<strong>de</strong> <strong>de</strong>sistir, <strong>de</strong><br />

vez em quando eu acredito nela, tem vez que não né, mas a maioria das vezes eu acredito.<br />

[...] Família? Família é tudo né, família é tudo o que a gente tem <strong>de</strong> bom. (ANTÔNIO, 15 anos)<br />

Para esse jovem, a família se apresenta como um dos pontos <strong>de</strong> referência, significado<br />

por ele neste enunciado pela ‗vonta<strong>de</strong>‘ <strong>de</strong> lutar pelo que querem. Ao mesmo tempo fala da<br />

mãe, a qual insiste em que não <strong>de</strong>vem <strong>de</strong>sistir, apesar <strong>de</strong> algumas vezes não acreditar, mas<br />

que na maioria das vezes acredita. A mãe <strong>de</strong> Antônio numa das observações realizadas em<br />

Lírios trouxe a dificulda<strong>de</strong> que encontrava para incentivar os filhos, mas que se sentia<br />

sozinha, reclamando da ausência do marido.<br />

Observa-se que as oportunida<strong>de</strong>s que estes jovens encontram/criam são bastante<br />

diversas, apesar do que os i<strong>de</strong>ntifica, assim como há uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> naquilo que os<br />

afeta e se torna significativo na trajetória <strong>de</strong> cada um. Histórias vão sendo construídas,<br />

sonhos/<strong>de</strong>sejos alimentados ou abandonados, mas continuam resistindo, até mesmo quando<br />

aparentemente não há resistências.<br />

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