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CAPÍTULO 5. PERSPECTIVA ECONÔMICA:<br />
UMA POLÍTICA SOCIAL E FISCAL PARA ÁGUA E SANEAMENTO<br />
já se explicou, essencial para a vida e a saúde e um direito por si mesmo. Já<br />
em um sentido ambiental, a gestão e a preservação das fontes de água fresca<br />
assim como o tratamento das águas servidas são essenciais para a sustentabilidade<br />
ambiental. Os grandes problemas ambientais que enfrentamos,<br />
particularmente as mudanças climáticas, estão criando vulnerabilidades no<br />
abastecimento de água que tendem a agravar-se no futuro.<br />
Do ponto de vista de sua cobertura, o desenvolvimento deste serviço tem<br />
sido desigual em dois sentidos diferentes. Por um lado, os serviços de água<br />
potável desenvolveram-se muito mais que os serviços de saneamento e estes,<br />
por sua vez, mais que o tratamento de águas residuais, cujo avanço é, de<br />
fato, mais escasso na região (inferior a 30%). Por sua vez, a cobertura varia<br />
significativamente para distintos grupos sociais. No conjunto, a maioria dos<br />
países latino-americanos tem cobertura do serviço de água de 90% ou mais,<br />
mas alguns se encontram em um intervalo de 70-90%; os dos serviços de<br />
saneamento variam entre 60 e 90%, mas em alguns países estão em níveis<br />
muito baixos, entre 10 e 40% (<strong>CAF</strong>, 2012). Em todos os casos, as menores<br />
coberturas afetam mais que desproporcionalmente os setores urbanos de<br />
baixa renda e os habitantes rurais, para os quais a incidência da pobreza é<br />
muito mais elevada. Esses setores também estão afetados pela baixa qualidade<br />
dos serviços em termos da qualidade da água em si, da continuidade<br />
do fornecimento, das modalidades de acesso (em muitos casos, conexões<br />
irregulares) e da ausência de serviços de saneamento disponíveis nas áreas<br />
onde as residências estão localizadas. Devido à desigualdade no acesso, à<br />
medida que se ampliou a cobertura, os índices distributivos associados (estimados<br />
pelo <strong>CAF</strong> como a relação entre o acesso do quinto quintil e o do<br />
primeiro quintil da distribuição de renda) melhoraram, inclusive de maneira<br />
substancial. 22 Este é, portanto, um dos casos mais evidentes nos quais o<br />
gasto marginal para a ampliar a cobertura é altamente redistributivo. Estes<br />
problemas são acompanhados em muitos países por problemas de qualidade<br />
de habitação, superlotação e outros riscos sanitários associados aos assentamentos<br />
irregulares.<br />
O <strong>CAF</strong> estima que os investimentos necessários nas próximas duas décadas<br />
para alcançar a universalização dos serviços de água e a quase-universalização<br />
dos serviços de saneamento, além de avançar em outros aspectos<br />
da gestão integral da água (proteção das fontes, maior tratamento das águas<br />
servidas, fornecimento de serviços de drenagem pluvial, etc.), seriam equivalentes<br />
a 0,3% do PIB, o que significaria triplicar os níveis atuais e melhorar<br />
significativamente a eficiência gerencial, administrativa e operacional do setor.<br />
A maior parte do financiamento recairia sobre as rendas das empresas de<br />
22. Utilizo aqui a terminologia do meu país, a Colômbia, onde existe uma diferença entre os serviços sociais e<br />
públicos, e se define os serviços públicos básicos (ou serviços públicos residenciais) como água e saneamento,<br />
energia elétrica e telecomunicações<br />
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