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IGUALDADE E INCLUSÃO SOCIAL NA AMÉRICA LATINA:<br />

ACESSO UNIVERSAL À ÁGUA E AO SANEAMENTO<br />

latino-americanas. De fato, a definição de um canal de prestação de serviços<br />

para os mais carentes tende a aprofundar a segmentação. Um dos objetivos<br />

da política pública deve ser o de ajudar a reduzir essa característica de nossas<br />

sociedades. Na verdade, uma das grandes aspirações históricas da visão<br />

liberal foi a de proporcionar educação básica universal como um elemento<br />

de igualdade e, nesse sentido, de des-segmentação social. Este objetivo foi<br />

um dos grandes sonhos dos criadores do Estado de bem-estar moderno. Os<br />

problemas apresentados pela focalização neste contexto podem ser reduzidos<br />

ou mesmo eliminados se forem vistos como um instrumento de apoio à<br />

conquista da cobertura universal de serviços sociais e públicos e não como<br />

um instrumento alternativo à universalização, tal como concebido nas reformas<br />

do mercado dos anos 80 e 90.<br />

Os efeitos redistributivos do gasto social<br />

Existe uma ampla série de estudos sobre os efeitos distributivos da política<br />

social. Em termos de seus impactos distributivos, esses estudos permitem<br />

classificar os vários tipos de gasto social em três categorias.<br />

A primeira inclui os gastos mais redistributivos: os programas de assistência<br />

social (incluindo os subsídios condicionados) e as áreas da política social<br />

com níveis universais ou quase-universais de cobertura, como a educação<br />

primária e os serviços básicos de saúde.<br />

A segunda categoria abrange serviços de cobertura intermediária, tais<br />

como a educação secundária, os gastos com habitação e saneamento e outras<br />

despesas de saúde. Nestes casos, o impacto distributivo não difere significativamente<br />

da equi-distribuição e, portanto, é muito melhor do que a<br />

distribuição de renda primária. No entanto, apesar de que geralmente não se<br />

calcula, o gasto marginal associado à ampliação da cobertura desses serviços<br />

é altamente progressivo, porque precisamente se concentra em prestar serviços<br />

para os setores carentes que ainda não têm acesso a eles. Isso se reflete<br />

também no fato de que, à medida que a cobertura aumenta, estes serviços<br />

passam a ser progressivos, como exemplificam estudos sobre o impacto distributivo<br />

dos gastos em educação secundária ao longo do tempo.<br />

A terceira categoria inclui os casos nos quais os benefícios tendem a estar<br />

concentrados em uma alta proporção nos níveis mais elevados da distribuição<br />

de renda: a previdência social (particularmente as pensões) e a educação<br />

universitária. Ainda nestes casos, no entanto, tal distribuição é, em geral,<br />

um pouco melhor do que da renda primária e novamente se pode dizer<br />

que o gasto marginal associado à ampliação da cobertura é muito melhor<br />

distribuído. Além disso, no caso dos serviços contributivos, as pesquisas<br />

existentes não tomam em conta o fato de que muitos dos benefícios têm<br />

como contra-parte as contribuições para seu financiamento, que geralmente<br />

possuem um impacto progressivo. Portanto, no caso de se considerar<br />

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