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CAPÍTULO 4. PERSPECTIVA DO GOVERNANTE:
A REVOLUÇÃO SANITÁRIA NO CHILE
industrial sanitária nos últimos 14 anos significou para o Chile uma economia
em saúde de USD 4 bilhões. 19
Isso tem sido parte de uma estratégia-país que projetamos e incentivamos
no meu governo a fim de promover uma parceria público-privada frutífera e
transparente para tratar dos assuntos de infraestrutura. Sob este mesmo esquema,
desenvolvemos as telecomunicações (hoje o Chile tem uma cobertura de
100% na telefonia móvel), estradas, portos, aeroportos, prisões, e atualmente
mais de 10 hospitais estão sendo licitados.
Este projeto, que hoje se tornou realidade, permitiu que o Chile seja uma
potência exportadora de alimentos, celulose e mineração. E, ao mesmo tempo,
tem permitido que os chilenos tenham serviços essenciais e de qualidade internacional
acessíveis para todos.
Os desafios de hoje
Apesar de todo o progresso e do que já expliquei, acho que seria um erro
pensar que a tarefa está concluída. Pelo contrário, longe da tentação da complacência,
acho que existem vários outros desafios nos quais devemos nos
concentrar no futuro. Refiro-me aos seguintes:
1. Em matéria regulatória, acho necessário definir como se vai abordar o
problema do crescimento inorgânico das cidades e, ao mesmo tempo,
dos territórios operacionais das empresas, no sentido de ver como o
serviço que prestam irá dar conta ou não do crescimento das cidades e
das mudanças dos limites urbanos.
2. Reduzir a perda de água. O país recebe anualmente cerca de 120 bilhões
de metros cúbicos de água. Entre todas as atividades, incluindo a água
potável, industrial e agrícola, ocupa-se apenas cerca de 18 bilhões. O
resto vai para o mar de uma maneira tão rápida, pela vertente, que não
consegue preencher os aquíferos nem os reservatórios superficiais, que
já não são suficientes.
Enquanto as condições meteorológicas eram estáveis e as necessidades do
país eram menores, porque havia menos população e atividades produtivas
– éramos ricos em água. O recurso disponível em rios, canais, reservatórios e
aquíferos era suficiente para todos.
Mas as condições mudaram. Chove menos, a água cai em outras áreas e com
outra intensidade e em períodos mais curtos e, pela rapidez com que corre, não
alcança ser acumulada nem infiltrada. A outra fonte, a neve, também diminui,
19. Número calculado a partir dos parâmetros estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde, órgão que indica
que para cada dólar investido na purificação de água suja, o país economiza outros 2,5 em saúde.
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