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CAPÍTULO 1.Políticas Públicas para promover a igualdade e a inclusão social:
a caminho de uma cidadania plena na América Latina
Em relação a isso, dar à região uma maior e melhor infraestrutura econômica
e social estabelecerá as bases sobre as quais construir um modelo de desenvolvimento
sustentável. Tal como se analisará a seguir, estima-se que uma das
razões para o atraso no padrão e na dinâmica de desenvolvimento que América
Latina experimenta frente aos países mais bem-sucedidos da Ásia, tem a ver
precisamente com a menor mobilização de recursos para a formação de capital
humano, assim como com os esforços para a construção de uma infraestrutura
econômica sólida que viabialize os aumentos substanciais nos níveis de
produtividade.
Se bem que a oportunidade de aumentar o valor agregado apresenta-se para
toda a região como um todo, não é menos certo que a heterogeneidade dos países
e de suas sub-regiões fazem prever uma dinâmica diferenciada em função
das vantagens comparativas iniciais.
Um desafio adicional para as autoridades será colocar na agenda de trabalho
um conjunto de propostas para aumentar o valor agregado da produção nacional,
especialmente dos bens e serviços exportáveis. O esforço para colocar nos
mercados internacionais produtos mais elaborados e com um maior conteúdo
de conhecimento vão exigir processos de produção mais sofisticados que
exijam, por sua vez, uma mão de obra com maiores competências e melhores
qualificações. Esta nova realidade no mercado de trabalho exigirá melhores
processos de formação profissional e, portanto, deve incentivar uma melhoria
na qualidade da educação regional.
Estima-se que isto possa ser alcançado através de investimentos simultâneos
em infraestrutura social e econômica que permitam criar progresso na
construção de um capital humano adequado, assim como melhorar as bases
estruturais da produtividade. O investimento isolado em apenas um destes
componentes parece ser insuficiente.
Este investimento em infraestrutura também deve ser acompanhado por investimentos
para melhorar a oferta e o acesso às tecnologias da informação e
comunicação (TIC) já que uma divisão na acessibilidade, além de limitar os
aumentos na produtividade, perpetua a desigualdade de oportunidades e de
habilidades.
Em particular, é importante reconhecer que a água e o saneamento, temas
básicos deste documento, são pré-condições para a higiene, a saúde e a atividade
produtiva, e como tal são parte importante na construção da igualdade e
da inclusão social. Uma pessoa doente ou desnutrida não pode assimilar adequadamente
as mesmas oportunidades de educação e formação, assim como
não pode, ser um trabalhador altamente produtivo em sua vida adulta.
É por isso que uma visão da América Latina mais equitativa e inclusiva deve
incluir políticas de universalização no fornecimento de água e saneamento.
Não somente por convicção, mas também por conveniência e para estabelecer
as bases para um desenvolvimento inclusivo.
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