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cAPÍTULO 2. OS DESAFIOS DA ÁGUA POTÁVEL E DO SANEAMENTO:<br />

INFORMALIDADE URBANA E SERVIÇOS DE ÁGUA E SANEAMENTO<br />

públicas, alocação de recursos fiscais e prestação de contas com a sociedade.<br />

Neste sentido, o debate relativo sobre o incentivo de uma maior ou menor<br />

descentralização não parece ser relevante, já que não levantou maior<br />

interesse por parte dos destinatários que (em numerosos casos) se mostram<br />

relutantes em receber a administração de empresas de serviços locais com<br />

desempenho precário e forte passivos, especialmente de índole trabalhista.<br />

Os fatores positivos que envolvem toda a descentralização, assim como<br />

as tentativas de criar associações de municípios, não correspondem -até<br />

agora- com a realidade política, econômica e social da América Latina.<br />

Certamente, a descentralização da prestação dos serviços exige fortes incentivos<br />

cujo financiamento deveria ser de responsabilidade dos governos<br />

centrais. Com exceção do Brasil, onde predominam as empresas estatais<br />

com um forte incentivo ao estabelecimento de contratos de concessão com<br />

os municípios, o tema não se mostra incorporado como uma prioridade<br />

na agenda dos países.<br />

Geralmente, com exceção dos grandes municípios e com influência<br />

política, a grande maioria dos municípios são instituições econômicas e<br />

politicamente fracas, altamente dependentes da estrutura organizacional<br />

central do Estado e, consequentemente, sua capacidade como operadores<br />

de serviços de água potável e saneamento - seja qual for o grau de<br />

descentralização- é limitada. A realidade mostra em tais casos a ocorrência<br />

de: (i) indicadores de qualidade e de cobertura abaixo da média do país,<br />

com o consequente aumento das respectivas disparidades; (ii) uma forte<br />

cooptação política dos serviços; (iii) uma marcada dependência de ajudas<br />

fiscais (estaduais, provinciais ou nacionais) atribuídas, por sua vez, em<br />

função de alinhamentos políticos; (iv) diferenças desproporcionadas<br />

de qualidade entre cidades vizinhas; e (v) um difícil cumprimento dos<br />

regulamentos de instância central.<br />

Este contexto explica os problemas de financiamento que, em geral, as entidades<br />

subsoberanas sofrem, incluindo com relação a agências financeiras de<br />

incentivo nacionais, como é o caso do Brasil, México e Colômbia. Na generalidade<br />

dos casos, as entidades têm que recorrer ao poder central para obter<br />

créditos, garantias ou outros mecanismos financeiros para que a respectiva<br />

negociação seja reconhecida acima de outras considerações, arestas políticas.<br />

Esta situação é agravada pelos requerimentos implícitos à gestão anual dos<br />

orçamentos públicos e à natureza multianual dos investimentos em infraestrutura,<br />

especialmente a relacionada com projetos de recursos hídricos e<br />

serviços vinculados à água cuja concepção, projeto e execução geralmente<br />

exigem vários anos.<br />

Um resumo sobre os esquemas de prestação descritos traz dois modelos<br />

alternativos: um que se acolhe à tradição de sistemas altamente politizados;<br />

e outro que incorpora práticas empresariais e se sujeita às regras do jogo e<br />

às instituições reguladoras que formam um cenário de atuação mais estável,<br />

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