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cAPÍTULO 2. OS DESAFIOS DA ÁGUA POTÁVEL E DO SANEAMENTO:<br />
INFORMALIDADE URBANA E SERVIÇOS DE ÁGUA E SANEAMENTO<br />
em redes que se estendem até os pontos de consumo devem responder às demandas<br />
instantâneas que exigem infraestrutura suficiente para satisfazer a atividade<br />
humana em pontos específicos no momento adequado e com os níveis<br />
de serviço pré-determinados de qualidade, volume, continuidade e pressão.<br />
Estes serviços geralmente encontram-se sob a responsabilidade funcional de<br />
várias jurisdições. Por exemplo, na América Latina, os serviços de água potável<br />
e esgoto sanitário são prestados por uma única empresa; mas, em muitos<br />
países do mundo desenvolvido, como Estados Unidos, Japão e Alemanha, estes<br />
serviços frequentemente são prestados por instituições diferentes, embora<br />
geralmente dentro da esfera dos governos locais.<br />
A drenagem pluvial geralmente encontra-se sob a responsabilidade dos<br />
municípios, mas estes não têm jurisdição (nem capacidade) para controlar as<br />
inundações urbanas, as quais só podem ser geridas de forma eficaz dentro da<br />
lógica da bacia hidrográfica - que muitas vezes não coincide com as fronteiras<br />
político-administrativas dos municípios.<br />
O tratamento e a eliminação das águas residuais para proteger a saúde e conservar<br />
a qualidade do meio ambiente fazem parte das responsabilidades das<br />
empresas de abastecimento de água potável e saneamento da América Latina.<br />
Em países europeus, como a França e a Espanha, uma parte considerável das<br />
responsabilidades associadas ao vínculo entre água e meio ambiente, especialmente<br />
no que diz respeito ao financiamento dos investimentos, estão sob<br />
responsabilidade das agências financeiras da bacia e das confederações hidrográficas,<br />
respectivamente. Na América Latina destaca-se o caso da Colômbia,<br />
que tem um sistema de 34 corporações ambientais autônomas cobrindo todo<br />
o país, as quais contam com financiamento de várias fontes, incluindo uma<br />
alíquota do imposto predial – os recursos canalizados para estas corporações<br />
representam uma importante contribuição nos programas de investimento e<br />
controle da poluição do rio e da planície de Bogotá.<br />
A maioria das fontes de abastecimento de água das cidades da América Latina<br />
encontram-se seriamente comprometidas. Em primeiro lugar porque as fontes<br />
mais próximas, que tradicionalmente abasteciam as cidades, são insuficientes<br />
para atender um acelerado crescimento urbano. Em segundo, porque estas<br />
fontes, em muitos casos, deterioraram-se quanto à sua qualidade pelo desague<br />
de águas servidas domésticas e industriais, além de fertilizantes e agrotóxicos<br />
provenientes da agricultura e do pastoreio.<br />
Por isso, há várias décadas, a busca de novas fontes de abastecimento com<br />
volumes e qualidades razoáveis necessitaram de desvios hídricos que foram<br />
realizados com dispendiosas obras de condução e bombeamento. Este é o caso<br />
da maioria das grandes cidades como São Paulo, com o sistema Cantareiras;<br />
Cidade do México, com o sistema Cutzamala; Rio de Janeiro, com as transferências<br />
desde a bacia do Rio Paraíba do Sul; Caracas, com o sistema Camatagua; e<br />
Lima, com os túneis que levam a água da bacia do rio Mantaro, atravessando a<br />
divisória continental entre o Pacífico e a bacia amazônica.<br />
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