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cAPÍTULO 2. OS DESAFIOS DA ÁGUA POTÁVEL E DO SANEAMENTO:<br />
INFORMALIDADE URBANA E SERVIÇOS DE ÁGUA E SANEAMENTO<br />
Esses empreendimentos geralmente respondem a problemas específicos causados<br />
pela demanda social e, tangencialmente, a uma visão integrada da gestão do<br />
ciclo urbano das águas urbanas..<br />
Custos e tarifas<br />
Segundo a informação atribuída à International Benchmarking Network (IB-<br />
-NET) pelas maiores empresas da região, pertencentes a 15 países, o preço médio<br />
por metro cúbico de água potável e esgoto sanitário vendido (The World<br />
Bank, 2011) é de USD 0,62, com extremos de USD 0,04 (El Salvador) e USD<br />
1,84 (Uruguai).<br />
Os mecanismos de fixação das tarifas respondem, por um lado, a modelos<br />
de regulação econômica como é o caso do Chile, Colômbia e Peru; a procedimentos<br />
administrativos de recuperação de custos, que é o caso do Uruguai;<br />
à continuação de sistemas baseados em custos, atualizados pela inflação,<br />
tal como no Brasil; ou a sistemas que combinam esses componentes. Por<br />
exemplo, no caso do México, as tarifas devem ser aprovadas anualmente<br />
pelos órgãos deliberantes de cada estado. Por outro lado, as decisões são<br />
apoiadas nos ditames da oportunidade política, geralmente dos prestadores<br />
de serviços, com autorização de níveis superiores do Estado. Os critérios de<br />
reajuste e revisão regular ou extraordinária das tarifas mantêm características<br />
semelhantes. Predomina a prátcia de um reajuste anual de acordo com<br />
a inflação do período anterior. Em outros casos, a política de atualizações é<br />
definida na mesa de negociação política, como acontece na Argentina, Bolívia<br />
e Venezuela. Neste contexto, chama a atenção o caso do Panamá, onde a<br />
tarifa do serviço de água potável permanece congelada por motivos políticos<br />
desde 1982.<br />
As referências do tema permitem deduzir que, globalmente, os valores nominais<br />
pouco faturados permitem cobrir os custos operacionais, enquanto<br />
incorporam as ineficiências crônicas do serviço. As ineficiências, como se<br />
explicará mais adiante, representam menos de 25% da faturação total do<br />
universo dos 15 países considerados. A ADERASA calculou em 2,5% a margem<br />
de lucro adicional sobre os custos operacionais de água potável de 18<br />
empresas da região. O Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento<br />
do Brasil (SNIS) reporta em 2010 uma margem de 8,3%. Em ambos casos, os<br />
excedentes são claramente insuficientes para garantir a operação adequada<br />
dos sistemas.<br />
Em termos de subsídios à demanda deve-se dizer que excetuando os modelos<br />
referenciais (Chile e Colômbia) que funcionam há mais de uma década,<br />
subsídios cruzados das mais variadas espécies operam em todos os serviços<br />
de água potável e saneamento da região. Em outros países, aplicam-se<br />
subsídios diretos dos impostos, como é o caso do Equador (originados no<br />
serviço telefônico), e em El Salvador (proveniente da distribuição de energia<br />
elétrica). Mais uma vez, nesta questão apresenta-se uma ampla dispersão<br />
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