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cAPÍTULO 2. OS DESAFIOS DA ÁGUA POTÁVEL E DO SANEAMENTO:<br />

INFORMALIDADE URBANA E SERVIÇOS DE ÁGUA E SANEAMENTO<br />

Outra resposta foi através das políticas que fortalecem o desenvolvimento<br />

urbano e aumentam as vantagens da urbanização. Estas políticas são mais<br />

realistas e seu principal desafio é enfrentar eficientemente os problemas de<br />

distribuição da renda. Estas políticas visam reduzir os altos níveis de desigualdade<br />

social e econômica que se refletem nos mais altos coeficientes Gini<br />

do planeta em algumas cidades da América Latina. Por exemplo, São Paulo,<br />

Belo Horizonte, Fortaleza e Bogotá têm índices superiores a 0,60, o que é<br />

considerado extremamente elevado em comparações internacionais. Outras<br />

cidades da região, como Quito, Buenos Aires, Santiago e Cidade do México,<br />

registram entre 0,50 e 0,59, que é um índice que revela altos níveis de desigualdade.<br />

Para efeitos de comparação, Nova York e Londres têm índices de<br />

0,48 e 0,32 respectivamente (UN Habitat, 2009).<br />

Uma expressão óbvia dos déficits de qualidade da vida urbana encontra-se<br />

na desigualdade econômica e na injustiça social que afetam todos os aspectos<br />

da vida cívica com suas consequências em altas taxas de insegurança,<br />

violência institucionalizada e corrupção. Portanto, apesar das conquistas indubitáveis<br />

que foram alcançadas, como a redução da pobreza extrema, ainda<br />

existem deficiências muito importantes, já que o crescimento das cidades<br />

excedeu as capacidades institucionais e financeiras dos países da região. A<br />

defasagem entre o crescimento urbano e a infraestrutura nas cidades deixou<br />

um saldo de 27% da população vivendo em condições precárias de habitação,<br />

com acesso limitado aos serviços essenciais e com graves problemas de<br />

posse da terra. Além disso, um saldo residual de degradação aguda do meio<br />

ambiente.<br />

Em relação à água, durante este mesmo período, os países tentaram responder<br />

ao crescimento de suas cidades, dando prioridade à extensão das<br />

redes de água e esgoto sanitário para atender aos novos habitantes urbanos,<br />

alcançando coberturas de água potável e esgoto sanitário superiores a 90% e<br />

80%, respectivamente, em praticamente todos os países. Simultaneamente,<br />

outros elementos da infraestrutura hídrica urbana foram deixados para trás,<br />

como a drenagem pluvial, o tratamento das águas servidas e os sistemas troncais<br />

de condução de água potável e esgotos. Ao mesmo tempo que ocorre<br />

uma forte degradação ambiental de rios, lagos, aquíferos urbanos que, em<br />

muitos casos, comprometem sua qualidade a tal ponto que não cumprem<br />

com os padrões sanitários para servir como fontes de água das cidades.<br />

A administração urbana da água<br />

Os principais desafios da administração da água nas cidades da América Latina<br />

giram em torno de três problemas: a ocupação informal da terra urbana,<br />

e a consequente precariedade das moradias; a baixa qualidade dos serviços<br />

públicos, especialmente os de água e saneamento; e a degradação do meio am-<br />

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