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cAPÍTULO 2. OS DESAFIOS DA ÁGUA POTÁVEL E DO SANEAMENTO:<br />
INFORMALIDADE URBANA E SERVIÇOS DE ÁGUA E SANEAMENTO<br />
2.2 tenta mostrar o progresso relativo do setor de água potável e saneamento<br />
nos países da região, que se construiu com base em indicadores de desempenho<br />
financeiro do setor de água potável e saneamento em cada país e a<br />
eficácia dos marcos legais e regulamentares existentes. Aplicando estes critérios,<br />
apenas o setor sanitário chileno possui indicadores de um alto nível<br />
de desenvolvimento quanto à institucionalidade, investimento e qualidade<br />
dos serviços.<br />
No entanto, um caso que merece uma menção especial é o dos serviços<br />
comunitários de água potável e saneamento básico, os quais tiveram um<br />
crescimento significativo, especialmente na América Central, onde se estima<br />
que uma porcentagem próxima a 30% da população esteja recebendo estes<br />
serviços de associações comunitárias. Essas associações atendem sobretudo<br />
a população rural e populações pequenas, as quais se adicionam ao nível de<br />
país em organizações que prestam assistência técnica, e que também lhes<br />
permite ganhar economias de escala e ter acesso a fundos públicos e à cooperação<br />
internacional (FANCA, 2012)..<br />
Organização<br />
Outros setores de serviços públicos em redes não têm os mesmos problemas<br />
de organização industrial que apresentam os serviços de água potável e<br />
esgoto. Talvez a característica mais marcante da água potável e do saneamento,<br />
em comparação com outros setores de serviços públicos domiciliários,<br />
como a eletricidade, é o grau de centralização das operações, as rigidezas<br />
estruturais para introduzir a concorrência tanto entre os operadores a nível<br />
horizontal como também verticalmente; e as implicações sociais e ambientais<br />
associadas ao consumo de água e à geração de água contaminada.<br />
Várias estratégias foram colocadas em prática para lidar com as ineficiências<br />
crônicas dos operadores dos serviços de água potável e saneamento na<br />
América Latina. Nas décadas de 50 e 60, o modelo adotado em muitos países<br />
foi a criação de empresas nacionais ou a nível estadual (no caso do Brasil)<br />
para ganhar economias de escala nas operações e executar programas ambiciosos<br />
de infraestrutura de água potável e, em menor grau, de saneamento.<br />
Em alguns países, como é o caso da Argentina e do Uruguai, este modelo foi<br />
adotado com mais antecipação - desde inícios do século XX. Este modelo<br />
foi muito bem sucedido na construção da infraestrutura existente na cidade<br />
latino-americana, e além disso estabeleceu as bases institucionais e profissionais<br />
que existem até hoje.<br />
Esse modelo entrou em crise na década de 80 porque não conseguiu<br />
acompanhar a rápida expansão das cidades (algumas crescendo a mais de<br />
4% por ano), pela incapacidade de ajustar as tarifas para refletir os custos<br />
econômicos e a inflação, e pela falta de incentivos à eficiência na prestação<br />
dos serviços. Programas de desenvolvimento institucional patrocinados por<br />
organizações internacionais como a Organização Pan-Americana da Saúde<br />
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