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IGUALDADE E INCLUSÃO SOCIAL NA AMÉRICA LATINA:<br />
ACESSO UNIVERSAL À ÁGUA E AO SANEAMENTO<br />
O progresso relativo da institucionalidade hídrica dos países da América<br />
Latina pode ser visto no Mapa 2.1. Os códigos de cores registram um avanço<br />
notável na administração dos recursos hídricos do México e do Brasil. Nestes<br />
dois países, com modelos institucionais bem diferentes, foi possível reunir<br />
uma institucionalidade forte e eficaz. No caso do México existe a CONAGUA<br />
como uma instituição nacional responsável pela direção estratégica, o planejamento<br />
e a operação da infraestrutura hídrica mais importante do país.<br />
A CONAGUA tem receitas superiores aos USD 3 bilhões por ano, dos quais<br />
cerca de USD 1 bilhão está relacionado ao pagamento de direitos pelo uso<br />
da água e o pagamento compensatório por descargas de poluentes. Sua administração<br />
conta com cerca de 20.000 funcionários em unidades regionais.<br />
No caso do Brasil, o peso da gestão hídrica recai sobre os estados, embora<br />
quase a totalidade das águas está sob o domínio da Federação. Neste modelo,<br />
o poder federal tem um papel regulador através da Agência Nacional de<br />
Águas (ANA), que atua com grande independência de administração e com<br />
orçamento próprio vindo de regalias do setor hidrelétrico. A ANA dispõe de<br />
um orçamento anual de cerca de USD 100 milhões e conta com cerca de 500<br />
funcionários em sua folha de pagamento.<br />
Água potável e saneamento<br />
Conforme mencionado, as coberturas de acesso a redes de água potável e<br />
saneamento na América Latina aumentaram significativamente nas últimas<br />
décadas. Em média, estas coberturas aumentaram de 40% da população<br />
urbana em 1950 para mais de 90% em 2008 (CELADE, 2009). Sem dúvida,<br />
este aumento significativo das redes de água e esgoto significou um esforço<br />
de investimento e de desenvolvimento institucional muito importante para<br />
a região da América Latina, o qual permitiu conectar a mais de 300 milhões<br />
de moradores urbanos às redes de água potável nos últimos 60 anos, e a<br />
mais de 200 milhões às redes de esgoto sanitário.<br />
No entanto, apesar dos altos níveis de cobertura de acesso às redes de<br />
água potável e esgoto, a condição dos serviços prestados nos domicílios é<br />
baixa em termos de qualidade sanitária da água e a continuidade dos serviços<br />
durante os sete dias da semana e as 24 horas do dia. Além disso, o<br />
tratamento das águas residuais é deficiente já que menos de 30% das mesmas<br />
recebem algum tipo de tratamento. A este cenário, adicionam-se graves<br />
deficiências de infraestrutura de drenagem urbana e na administração dos<br />
recursos hídricos.<br />
Em geral, a informação fornecida pelas empresas prestadoras indicam que a<br />
eficiência é comumente baixa, já que, em média, mais de 40% da água tratada<br />
termina perdida em rupturas dos encanamentos, mau funcionamento dos<br />
equipamentos e no desperdício nos domicílios devido à combinação de falta<br />
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