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REFLEXÕES FINAIS<br />
• Lógica econômica e subsídios. Um dos maiores riscos da focalização é<br />
contribuir para acentuar a segmentação na prestação de serviços sociais,<br />
que tende a ser uma característica das sociedades altamente desiguais<br />
como as latino-americanas. A evidência mostra que a melhor focalização<br />
é uma política de universalização do acesso aos serviços e benefícios<br />
sociais. Portanto, do ponto de vista da lógica econômica, faz sentido<br />
para subsidiar com o orçamento geral os investimentos que afetam o<br />
meio ambiente urbano (drenagem pluvial) ou o meio ambiente em geral<br />
(proteção das fontes e tratamento das águas servidas). Uma parte de tais<br />
investimentos pode ser financiada, no entanto, com os impostos à propriedade<br />
urbana (impostos prediais ou de valorização das propriedades)<br />
e/ou com sobretaxas aos serviços de água e saneamento para os setores<br />
de alta renda e para as empresas. Também se devem subsidiar os investimentos<br />
associados aos custos de conexão dos setores de baixa renda,<br />
que são elevados em relação à sua capacidade de pagamento.<br />
• Aumento das coberturas de água potável e saneamento desde 1950.<br />
As coberturas de acesso a redes de água e esgoto têm aumentado significativamente<br />
nas últimas décadas. Em média, estas coberturas aumentaram<br />
de 40% da população urbana em 1950 para mais de 90% em<br />
2008. Isto significou um esforço de investimento e de desenvolvimento<br />
institucional muito importante, o qual permitiu conectar a mais de 300<br />
milhões de moradores urbanos às redes de água potável nos últimos 60<br />
anos, e a mais de 200 milhões às redes de esgoto sanitário neste mesmo<br />
período. No entanto, apesar dos altos níveis de cobertura de acesso<br />
às redes, a condição dos serviços prestados nos domicílios é baixa em<br />
termos de qualidade sanitária da água e a continuidade dos serviços<br />
durante os sete dias da semana e as 24 horas do dia.<br />
• 25% da população urbana ainda recebe serviços precários ou não recebe<br />
os serviços. Apesar dos avanços mostrados nas estatísticas internacionais,<br />
25% da população urbana da América Latina ainda não possui ou<br />
recebe serviços de forma precária. Esta situação leva a deficiências na qualidade<br />
sanitária da água, na falta de continuidade e pressão dos sistemas<br />
de distribuição, nos sistemas precários de coleta, disposição e tratamento<br />
de águas residuais. Além disso, a maioria das cidades apresenta deficiências<br />
significativas em termos de infraestrutura para a drenagem de águas<br />
pluviais, e exibe um aumento da degradação do meio ambiente que afeta<br />
diretamente na proteção sanitária das fontes de água, na saúde humana e<br />
na qualidade de vida da população.<br />
• Dois tipos de serviço, dois tipos de cidadãos. Na prática esta situação<br />
reconhece dois tipos de cidadãos: uns que recebem serviços de água po-<br />
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