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CAPÍTULO 5. PERSPECTIVA ECONÔMICA:<br />

UMA POLÍTICA SOCIAL E FISCAL PARA ÁGUA E SANEAMENTO<br />

apenas o efeito distributivo das contribuições do orçamento público para<br />

o financiamento da previdência social, seu impacto seria muito maior e<br />

inclusive altamente progressivo, como mostram os cálculos dos subsídios<br />

líquidos do Estado para as pensões no caso da Argentina. As estimativas<br />

atuais também não tomam em conta que, no caso dos funcionários públicos,<br />

parte do que se registra como gasto são as contribuições patronais para a<br />

previdência social (ou seja, são parte da massa salarial do setor público, em<br />

um sentido amplo, mais que um gasto social como tal).<br />

Na terminologia do recente Relatório sobre Economia e Desenvolvimento<br />

(RED) do <strong>CAF</strong>, Finanzas públicas para el desarrollo, praticamente todos os<br />

gastos sociais são progressivos: o primeiro destes grupos inclui gastos que<br />

são de progressividade absoluta (os mais carentes se favorecem mais que os<br />

ricos), o segundo, com a progressividade relativa (muito melhores que a distribuição<br />

primária de renda) e, em alguns casos, também absoluta, e o terceiro<br />

que, com poucas exceções, são progressivos em termos relativos (são melhores<br />

distribuídos que a renda primária). Além disso, como se afirmou em relação<br />

ao segundo e terceiro casos, a ampliação da cobertura gera gastos sociais<br />

que são altamente redistributivos na margem, e não seria estranho que em<br />

alguns casos tais gastos marginais sejam redistributivos em termos absolutos.<br />

Um fato a ser destacado é que, com exceção dos programas de assistência<br />

social, o impacto distributivo está intimamente relacionado com a cobertura<br />

dos programas. Os estudos da CEPAL e do <strong>CAF</strong> mostram, além disso,<br />

que o impacto redistributivo depende não apenas da progressividade ou da<br />

regressividade de um programa individual, mas sim da quantia de recursos<br />

alocados para sua prestação (CEPAL, 2007). Por este motivo, a maior parte<br />

do impacto redistributivo vem dos programas de educação e de ampla<br />

cobertura de saúde, cujos subsídios são geralmente em espécie. O impacto<br />

redistributivo total da política social é, além disso, maior nos países que<br />

alcançaram as maiores coberturas dos serviços sociais básicos, tal como se<br />

reflete na correlação entre o efeito redistributivo do gasto social (medido em<br />

pontos do coeficiente de Gini) e o Índice de Desenvolvimento Humano do<br />

PNUD, embora tendo em conta apenas os componentes de educação e saúde<br />

do índice (Ocampo, 2004).<br />

Precisamente pela quantia reduzida dos recursos que administram, os programas<br />

de assistência social têm efeitos redistributivos relativamente modestos.<br />

Seu impacto sobre a pobreza é maior, como indicam os estudos das<br />

transferências condicionadas. Uma das grandes virtudes destas últimas têm<br />

sido a tendência à ampliação de sua cobertura, que dizer, para “universalizar”<br />

seus benefícios dentro de sua população-alvo (aquela abaixo da linha<br />

de indigência ou pobreza). Além disso, como já se observou, uma de suas<br />

grandes vantagens é que utilizam as transferências como alavanca para fazer<br />

com que as populações correspondentes utilizem os programas sociais de<br />

educação e de saúde com vocação universal.<br />

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