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IGUALDADE E INCLUSÃO SOCIAL NA AMÉRICA LATINA:
ACESSO UNIVERSAL À ÁGUA E AO SANEAMENTO
O Planasa financiava investimentos de capital e ajudava no desenvolvimento
das companhias estaduais de água e saneamento. Os contratos de concessão
assinados com os municípios, com duração de 30 anos, permitiam que as empresas
estaduais agissem praticamente como um monopólio na prestação dos
serviços de saneamento nos estados. O princípio econômico do Planasa tinha
como base a viabilidade global das companhias estatais, a partir do subsídio
cruzado dos grandes municípios para os menores, além das linhas de crédito
baratas e de longo prazo, criadas especificamente para garantir o financiamento
dos investimentos das empresas.
Com a extinção do BNH, em 1986, e do Planasa, em 1992, e o consequente
esgotamento dos recursos federais, a SABESP teve que buscar um padrão de financiamento
autônomo com base em tarifas, a partir de uma política de alocação
de recursos com foco na eficiência e de uma administração corporativa com base
nas práticas de mercado.
Assim, em 1994, a SABESP abriu seu capital e, em 2002, tornou-se a primeira
empresa de economia mista que se aderiu ao Novo Mercado da Bolsa de Valores
e Futuros (BM&FBovespa), que é a referência de um maior grau de governança
corporativa do Brasil. As ações da SABESP passaram a ser negociadas na Bolsa
de Nova York (NYSE). O governo do estado de São Paulo, com 50,3%, é o maior
acionista da companhia.
Com a aplicação de um novo modelo de governança empresarial em 1995, a
SABESP voltou-se para a adoção de estratégias que contemplem, essencialmente,
três aspectos: a lógica do mercado, o ambiente político-institucional e a viabilidade
econômica-financeira. Cada um deles fundamenta-se em três conceitos
que direcionam a administração da companhia: universalização, participação e
eficiência.
A estratégia, que tem como base a lógica do mercado, dirigiu-se à busca permanente
da universalização da cobertura através da definição e do cumprimento
de metas quantitativas de abastecimento de água e de coleta e tratamento das
águas residuais, assim como de metas qualitativas que melhorem a qualidade
dos serviços oferecidos.
No campo político-institucional, a participação consolida-se com o fortalecimento
dos sistemas de administração pelas Assembleias dos Municípios Concedentes,
as Comissões de Gestão Regionais e as Unidades de Negócio, que ganharam
maior autonomia e agilidade.
A mudança de foco na condução da administração econômico-financeira da
SABESP teve como objetivo buscar a eficiência com uma melhor utilização dos
resultados empresariais, a gestão descentralizada da empresa em Unidades de
Negócios, a diversidade das fontes de recursos e um modelo de gestão empresarial
que cria valor ao acionista da empresa. Uma consequência deste novo
enfoque levou à inclusão da SABESP em 2007 no Indicador de Sustentabilidade
Empresarial (ISE) da BM&FBovespa, que reúne apenas as empresas com alto
grau de compromisso com a sustentabilidade e a responsabilidade social.
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