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IGUALDADE E INCLUSÃO SOCIAL NA AMÉRICA LATINA:<br />

ACESSO UNIVERSAL À ÁGUA E AO SANEAMENTO<br />

financiamentos substanciais. Ficam, naturalmente, os desafios restantes de<br />

uma atenção da qualidade para as populações mais vulneráveis nas cidades e<br />

nas áreas rurais, e reverter as intoleráveis condições de degradação ambiental<br />

e de poluição da água que afetam a saúde e a qualidade de vida em geral.<br />

Estas são as duas peças centrais para entender os desafios dos próximos anos<br />

no Estado de São Paulo.<br />

Para retomar o contexto dos serviços de água potável e saneamento no Estado<br />

de São Paulo e no Brasil em geral é importante lembrar que o Planasa foi<br />

um produto do espírito dominante do período chamado de “milagre econômico<br />

brasileiro”. O plano teve méritos inquestionáveis, mas entrou em colapso<br />

junto com a ruptura do modelo macroeconômico em que foi criado (Turolla,<br />

Barat, Arretche).<br />

O sistema de financiamento apoiava-se em recursos dos fundos de pensões<br />

dos trabalhadores do setor público (FGTS) e nas transferências fiscais (FAE),<br />

ambos muito dependentes do nível de atividade econômica. A arrecadação do<br />

FGTS era muito sensível ao salário dos funcionários públicos, que por sua vez<br />

afeta-se com o salário médio real e o nível de emprego. Além disso, a retirada<br />

do FGTS cresce com o nível de desemprego. Assim, em um ambiente de recessão,<br />

não apenas a arrecadação diminui como também o aumento das retiradas,<br />

resultando em uma queda no fluxo de recursos disponíveis para empréstimos.<br />

Além disso, o modelo Planasa apoiava-se na premissa de que, depois de algum<br />

tempo, as empresas estatais de saneamento seriam financeiramente autosuficientes,<br />

à medida que ganhassem escala, buscassem eficiência e obtivessem<br />

tarifas reais adequadas. Apesar do lucro de escala, a eficiência e a tarifa não<br />

responderam adequadamente ao curso inicial.<br />

Em muitos casos, as tarifas não foram levadas a níveis adequados porque se<br />

utilizavam como ferramenta de controle da inflação. Com o agravamento da<br />

inflação, as tarifas permitiam cobrir os custos e as empresas não mantinham<br />

um equilíbrio financeiro, tendo que reduzir os custos com a consequente deterioração<br />

na qualidade do serviço. Portanto, o colapso do modelo Planasa<br />

era inevitável devido à baixa capacidade de pagamento das companhias, ao<br />

vencimento das dívidas e à ausência de novos recursos.<br />

Com o fim do modelo que sustentava o Planasa, a SABESP optou por meios<br />

privados para garantir seu objetivo público, rompendo de alguma maneira<br />

um falso dilema no setor de saneamento que não via os objetivos públicos<br />

compatíveis com os meios privados. Este caminho mostrou suas vantagens,<br />

mas quando se visa o futuro, as correções de rumo são inevitáveis; mas há<br />

bases sólidas para ter sucesso, confiantes na aceitação social e na realidade do<br />

mercado, nada, no entanto, que desvie do caminho que foi traçado. As metas<br />

que devem ser alcançadas nos próximos anos são muito ambiciosas e as mais<br />

difíceis em termos de sua complexidade técnica, seus custos e suas implicações<br />

ambientais e sociais. Para cumprí-las será necessário aumentar o ritmo de investimento<br />

anual, superando os dois bilhões de reais.<br />

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