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IGUALDADE E INCLUSÃO SOCIAL NA AMÉRICA LATINA:
ACESSO UNIVERSAL À ÁGUA E AO SANEAMENTO
porque a curva isotérmica sobe e, então, não continua se acumulando nos
mesmos volumes e há menos água para degelar. A isso somam-se as frequentes
secas, cada vez mais intensas, com uma demanda que cresce a par com o
desenvolvimento econômico.
O resultado é que o país tem um déficit que já é crítico. Os rios e córregos
entre as regiões de Arica-Parinacota e La Araucanía e os aquíferos ao norte de
Santiago estão quase esgotados.
Consequentemente, devemos atuar rapidamente e adotar medidas de longo
e curto prazo.
A longo prazo está a construção de reservatórios com grande capacidade de
armazenamento. O problema é que demoram entre 10 e 15 anos para ficarem
prontos. O governo anunciou a construção de 10, dos quais priorizou quatro
para o período 2010-2014, enquanto que o resto deve ficar pronto em um prazo
de 10 anos. O objetivo é passar de uma capacidade atual de água represada
de 4,05 bilhões de m³ para 5,5 bilhões de m³.
Já a curto prazo estão os aquíferos subterrâneos. O país tem um gigantesco
reservatório subterrâneo que conta com mais de 400 bilhões de metros cúbicos,
que significa que mesmo que não chovesse, haveria água por sete anos.
O que se faz atualmente é tirar a água do preenchimento anual dos aquíferos,
não deixando que se recuperem. Consequentemente, acho que é necessário
mais controle, mais capacidade para estabelecer a disponibilidade real do
aquífero para evitar que no futuro haja uma escassez de água.
Essa complicação acontece porque à medida que o aquífero se seca, compacta-se
e perde sua capacidade de depósito. Então, a alternativa é enchê-los
artificialmente e para isso deveriam ser estabelecidos sistemas que segurem a
água por mais tempo para que chegue a se infiltrar.
Outra opção, e já há projetos cuja viabilidade está sendo estudada, é a construção
de um canal direto, enterrado no fundo do mar, de cerca de 1.000
quilômetros de comprimento, para transladar a água dos rios da região central
para o norte do país pela metade do preço da dessalinização.
Neste assunto cada setor sabe o que tem que fazer, quanta água usam e de
que forma a usam. As empresas sanitárias abastecem a população urbana com
5% do recurso; a mineração utiliza 6% em seu trabalho; as indústrias desenvolvem
suas atividades com 12%; e a agricultura usa 77%.
Precisamente neste último setor é que se deve esforçar para ser mais eficiente
no uso do recurso.
3. Melhorar o mercado da água, e para isso se requer informação. De acordo
com o último estudo feito pelo Banco Mundial e pela Direção Geral de
Águas do Ministério de Obras Públicas, descobriu-se que no país não há
nenhum registro público, transparente e objetivo dos direitos constitutivos,
e se esses direitos obedecem aos direitos reais ou são nominais. Isto é fundamental
para saber se existe sobreexplotação da água.
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