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Assassin's Creed Submundo - Português

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Haveria ainda outro homem atrás dele. Provavelmente dois: Smith e Hardy. E isso era

bom, pensou O Fantasma, porque era exatamente onde ele queria que estivessem.

Espero que vocês gostem de uma longa caminhada, meus amigos, disse ele para si

mesmo, e, então, passou o resto da jornada apressando e diminuindo o passo, com o

objetivo de dificultar ao máximo a vida de seus perseguidores, sem exatamente fazer com

que percebessem que ele sabia estar sendo seguido.

Até que finalmente chegou ao túnel. Fazia tempo que ele tinha deixado a multidão

para trás. À sua frente, o Outro Senhor Hardy caminhava praticamente sozinho, enquanto

O Fantasma se aproximava da construção. Mais adiante o homem parou, fingindo precisar

amarrar o cadarço da bota, e O Fantasma desceu os degraus em direção à rotunda do

túnel. Ele passava o dia nos subterrâneos da cidade, e agora iria passar a noite também.

Chegando ao final, O Fantasma parou em meio às estátuas esquecidas de feições

cansadas – outrora tão elegantes e luxuosas, agora, apodrecendo – e olhou para cima,

fingindo apreciar a vista. Dito e feito: avistou os vultos nos degraus acima dele,

adentrando a escuridão. Sorriu. Bom. Isso era muito bom. Ele queria mesmo que eles

vissem onde ele morava.

– Talvez alguns homens apareçam por aqui durante os próximos dias – avisou ele, mais

tarde, para Maggie. Antes disso, ele fora ver como estava Charlie e lhe deu pão, além de

ter cuidado de Jake e ficado feliz porque a perna do velho estava se curando. Depois de

cumprir essas duas tarefas, ele adentrou ainda mais a escuridão sepulcral do túnel,

escolhendo o caminho pelas alcovas cheias de corpos enrolados em farrapos.

Alguns dormiam. Outros o fitaram do interior de suas alcovas com olhos

arregalados, silenciosamente vendo-o passar. Outros ainda o cumprimentavam.

– Olá, Bharat.

– Olá, amigo – respondia ele, acenando, ou talvez com uma simples piscadela.

O Fantasma conhecia alguns deles pelo nome, outros, pelos seus trabalhos: Olly, por

exemplo, era um “descobridor puro”, o que significava que procurava merda de cachorro

para vender no Bermondsey Market, mas tinha a tendência de levar trabalho para casa. O

Fantasma tampou o nariz ao passar por Olly, mas acenou para ele mesmo assim. Muitos

habitantes tinham velas, e ele sentiu-se grato pela luz; muitos, entretanto, não tinham nada

e ficavam tremendo na escuridão, sozinhos com sua dor, chorando à espera do

amanhecer e do começo de um novo dia de luta pela sobrevivência, destruindo a própria

alma na cidade de Londres – a cidade mais avançada do mundo. A joia mais preciosa do

Grande Império de Sua Majestade.

E, então, ele chegou até Maggie, que atiçava uma pequena fogueira. Ela estivera fazendo

aquilo durante a maior parte da noite, servindo caldo quente a qualquer um dos

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