27.07.2020 Views

Assassin's Creed Submundo - Português

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

assim que teve a chance. Sua hesitação foi a causa do seu fracasso. O que eu sempre lhe

disse? Qual o conselho que seu pai sempre lhe deu? Se hesitar, você morre. É simples

assim. Um assassinato não é um ato cerebral. Requer que se pense bastante, mas essa

energia deve ser canalizada para as etapas de planejamento e preparo, a visualização e

contemplação antes do ato... esse é o momento para se pensar duas, três, quatro vezes ou

quantas vezes forem necessárias até que você esteja certo, completamente certo, de que

está preparado para fazer o que precisa ser feito. Porque, na derradeira hora, quando se

está diante do seu alvo, não há tempo para hesitar.

Os olhos de Jayadeep se encheram de lágrimas quando ele fitou seu velho amigo.

— Sei disso agora.

Ethan pousou a mão sobre a dele, reconfortando-o.

— Eu sei. Desculpe. Conte-me o que aconteceu depois disso.

— Ele agiu rápido. Tenho que lhe dar o devido crédito. Na verdade, ele merece ainda

mais, pois era rápido e forte, e saltou da cama com uma agilidade para um homem de sua

idade e tamanho que me surpreendeu. Ele me segurou, naquele momento praticamente

desarmado, e me empurrou janela afora. Caímos pela janela, Dani e eu. Passamos direto

pelas persianas e fomos parar nos paralelepípedos abaixo de nós, uma queda que

felizmente foi amortecida pelo toldo abaixo da janela. Em retrospecto, talvez eu tenha

pensado que meu treinamento iria ressurgir, como um tipo de instinto. Mas falhou.

Mesmo enquanto eu rolava para longe de Dani, machucado, assustado e tentando

desesperadamente me orientar, vi rostos aparecendo nas janelas do outro lado da rua, e

ouvi o som dos passos dos guardas correndo em nossa direção. Rolei para longe de Dani,

sentindo uma dor lancinante na cabeça e também no quadril. No momento seguinte, ele já

estava em cima de mim, os dentes escancarados, os olhos arregalados de ódio, as mãos

em volta do meu pescoço. Ele nem ouviu o cavalo. Eu também não. Naquele dia, eu e

papai havíamos usado trapos para silenciar os cascos do seu cavalo, e ele veio cavalgando

pelo paralelepípedo em nossa direção, silencioso como um fantasma. A primeira coisa

que vi foi seu manto esvoaçante sobre Dani, uma das mãos segurando as rédeas e a outra

estendida, puxando a lâmina oculta sob seu pulso, o luar brilhando sobre o metal. Papai

enrolou as rédeas na mão e tomou impulso, forçando o cavalo a empinar. Por um

segundo, eu pude ver o aterrorizante guerreiro Assassino das lendas. Vi a morte

brilhando em seus olhos, sua intenção de matar tão forte e verdadeira quanto a arma que

ele empunhava. Vi um homem que eu jamais poderia ser. Talvez nesse momento eu tenha

entendido que não havia esperanças para mim. E talvez Dani, minha vítima, soubesse que

a morte estava chegando por trás dele. Porém era tarde demais, e a lâmina de meu pai

penetrou sua cabeça e seu cérebro, matando-o em um instante, um instante no qual seus

olhos se arregalaram e sua boca se abriu em surpresa num meio segundo de dor antes de

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!