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Assassin's Creed Submundo - Português

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parte que estava sendo escavada naquele momento. Ali havia um círculo sombreado.

Dentro dele havia outro círculo, menor, a Cruz Templária.

O Fantasma enrolou as plantas, devolveu o cabelo a seu lugar de origem, apagou o

lampião e deixou o escritório. Ao sair com a imagem das plantas ainda fresca na mente,

seus pensamentos voltaram aos eventos de alguns dias antes, quando caixas foram trazidas

e um palco, improvisado. Cavanagh subiu nele, com Marchant e os torturadores bem

atrás da bainha de seu casaco, e pelo megafone anunciou com pesar que haviam ocorrido

alguns casos de roubo no canteiro; que ferramentas de operários haviam sido roubadas.

A notícia causou tumulto. Os trabalhadores importavam-se tanto com suas

ferramentas quanto com suas próprias famílias. Em muitos casos, ainda mais. Havia

tempos que O Fantasma adquirira o hábito de enterrar sua pá nos limites da escavação,

mas, para muitos homens, suas pás e picaretas não eram apenas meios de vida, mas

símbolos dela. Quando caminhavam por entre as árvores com suas ferramentas de

trabalho nos ombros, andavam confiantes, com a cabeça erguida, e os transeuntes sabiam

que estavam na presença de trabalhadores, em vez de meramente homens sujos. Assim, a

ideia de que algum canalha estava roubando ferramentas era, bem, como se esse camarada

também estivesse tirando comida de suas bocas. Cavanagh tinha os operários na palma da

mão, e a sua proposta de revista na saída da obra a partir de então foi, portanto, recebida

com menos queixas do que o esperado. As mudanças de turno tornaram-se agora três

vezes mais longas, porém os trabalhadores ao menos podiam ter certeza de que a

Metropolitam Railway fazia aquilo em prol de seus funcionários.

O Fantasma não se deixou enganar. Agora sabia exatamente o que estava por trás das

decisões: a escavação finalmente havia chegado ao círculo sombreado. O fim se

aproximava e, apesar de os trabalhadores terem recebido ordens rígidas de informar

quaisquer descobertas incomuns – sob a promessa de receber uma recompensa à altura,

caso se tratasse de algo precioso –, ainda havia a possibilidade de um deles simplesmente

furtar o que encontrasse. Havia grandes chances de que os Templários estivessem tão

desorientados com relação ao artefato quanto os Assassinos. E não estavam dispostos a

correr riscos.

Também havia, é claro, outra questão: o problema menor relativo à persistência do

policial Abberline, que vinha aparecendo constantemente nas obras e, de acordo com

Marchant, fazia acusações contra O Fantasma.

“Não se preocupe”, dissera ele. “Nós vamos lhe dar cobertura”.

O problema era que a “cobertura” dada por eles ao Fantasma tinha um preço. Ele

providenciaria uma retribuição. Sim, sim, iria recompensá-los.

Mas agora Abberline estava de volta, e vinha acompanhado de um grupo, do qual O

Fantasma reconhecia dois homens – o outro policial, Aubrey, e um sargento de divisão –,

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