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Assassin's Creed Submundo - Português

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– E que diferença isso faz? O que importa é que a justiça seja feita!

– A justiça é feita no tribunal – respondeu Abberline, que ultimamente não sabia se

ainda acreditava nisso.

– Nem sempre.

– Você está certo. Nem sempre. Não para os jovens da nobreza que enchem a cara,

levam uma ou duas prostitutas para um cemitério e depois são surpreendidos por seus

cafetões, não é mesmo? Quer dizer, a menos que você esteja tentando me dizer que

estavam levando flores para um túmulo. Quando se trata de aristocratas, pode ter certeza

de uma coisa: eles sempre se divertem à custa das classes inferiores. Que bom que dessa

vez o jogo virou.

O detetive deu de ombros.

– Não era um cafetão. Não foi um simples gigolô que atacou meu patrão, matou seu

amigo e imobilizou dois de seus seguranças...

As sobrancelhas de Abberline se arquearam.

– Eles tinham seguranças, é? Minha nossa, você realmente sabe como sensibilizar um

homem, hein?

Hazlewood franziu o cenho e endireitou o colarinho mais uma vez. Seu pescoço

avermelhara. A coisa não estava indo bem.

– Era um homem perigoso, agente. Dizem que nem chegava a ser um homem. E você

certamente estaria interessado em vê-lo fora das ruas para sempre.

Abberline estava pensando nas diferentes tonalidades de cinza de Aubrey. Pensava na

justiça e como as coisas funcionavam quando dois aristocratas levavam guarda-costas para

um ébrio passeio por uma das partes menos salubres da cidade. Por que deveria se

importar se um homem sozinho deu uma lição nos filhos da mãe com uma surra? Ou,

em outras palavras, com uma boa sova! Abberline sabia o que Aubrey diria. “Boa sorte ao

camarada. Que ele consiga bater com mais força ainda!”

Aquela talvez fosse a primeira vez que Abberline percebeu que... Não é que não se

importava com aquilo, mas se importava pouco, e isso era incomum. Ele riu.

– Me conte, então, como ele era? Esse homem que nem chega a ser um homem? Vou

ficar de olho, caso apareça... O quê? Um monstro, talvez, de dois metros de altura e

dentes pontiagudos, garras em vez de mãos, e um rugido capaz de partir a noite ao meio?

O detetive particular revirou os olhos.

– Se eu não lhe conhecesse, diria que você anda bebendo, agente. Não; quando disse

que ele não chegava a ser um homem, não quis dizer que ele seja sobre-humano, que seja

algo além de um homem comum, mas sim que é um jovem.

– Um rapaz?

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