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Assassin's Creed Submundo - Português

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escrituras, mas estas tendiam a ser um pouco ambíguas. Seu pai, entretanto, tinha visto

aquele objeto em ação. Ele falara sobre como brilhava, parecendo alimentar-se da energia

de seu usuário, transformando algo sombrio e primitivo numa força verdadeiramente

destrutiva.

– Deixe de fazer essa cara, Evie – dissera o pai, irritado. – Este não é o tipo de objeto

que devemos admirar ou esconder. Deve ser tratado com a maior cautela, como uma

arma de guerra que não podemos permitir que vá parar nas mãos do inimigo.

– Sim, pai – respondera ela, obedientemente.

Mas, se fosse sincera consigo mesma, a atração que o objeto exercia sobre ela era mais

forte do que seu possível perigo. Sim, era algo a se temer, a se tratar com respeito. Apesar

disso...

O terminal de cargas para onde o trem estava seguindo começou a ficar cada vez maior

no horizonte, à medida que o trem se aproximava; então, Evie se virou e andou de lado

pelo teto do vagão até chegar a uma janela. Ela a abriu e, alguns momentos mais tarde,

entrou no vagão. Abaixou o capuz, afastou os cabelos do rosto e analisou o ambiente.

Estava entre caixas, todas elas marcadas com a inscrição “Indústrias Starrick”.

Crawford Starrick. A simples menção de seu nome fazia com que Ethan, quando vivo,

se calasse. Ele era o Grão-Mestre Templário, o homem que ela e Jacob haviam jurado

derrubar. Não importava o que George dissesse, nem se o Conselho iria aprovar ou não:

os gêmeos haviam decidido que o legado de seu pai seria mais bem honrado se eles

derrubassem Crawford Starrick de sua posição, recuperassem o artefato, matassem os

homens sob seu comando e interrompessem suas práticas comerciais – estas eram as

etapas de um caminho que eventualmente levaria à morte e à desonra de Crawford

Starrick.

Naquele exato momento, a porta do vagão se abriu e Evie se escondeu. Um homem

entrou, um mero borrão na escuridão, emoldurado pela porta aberta. Era um homem

grande, pensou ela, e aquela impressão foi confirmada quando um pavio se acendeu e ele

ergueu uma lanterna.

– Onde estão? – perguntou por cima dos ombros, se dirigindo a colegas que ela não

podia ver. – Onde estão os suprimentos de Brewster?

Ali estava um nome que ela reconhecia. Brewster. Ela se agachou nas sombras,

esperando. Esse homem seria a sua primeira vítima. A primeira pessoa que ela mataria.

Evie flexionou o pulso, sentindo o peso reconfortante do mecanismo da lâmina em seu

antebraço, suas partes individuais movendo-se silenciosamente, com facilidade. Lembrou

a si mesma de que tinha sido treinada para isso. Ao mesmo tempo, lembrou-se de algo

que seu pai lhe dizia sempre – que, não importa o quanto se treinasse, nada poderia

prepará-lo para tirar a vida de outro ser humano. “Tirar dele tudo o que ele já foi e tudo

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