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Assassin's Creed Submundo - Português

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– Não, não. Meu relógio e sua corrente decididamente sumiram.

– Quando foi a última vez que se lembra de estar com ele, querido? – A voz da Sra.

Pearson, que falava alto para sobrepujar o barulho da locomotiva, parecia tremer junto

com o trem.

– Não consigo me lembrar.

– O senhor estava com ele na plataforma – gritou o Outro Sr. Hardy, do outro lado

do vagão. Ele sorriu para O Fantasma, antes de continuar: – Se é que me permite dizer

isso, senhor, mas eu o vi retirá-lo do bolso e olhar as horas.

– Ora, bem, é um alívio. Então, deve estar aqui em algum lugar... – O Sr. Pearson

apoiou a bengala nas tábuas e se levantou, trêmulo, já lutando contra o movimento do

trem.

– Charles, sente-se – repreendeu a Sra. Pearson. – Sr. Cavanagh, se pudesse ter a

bondade de pedir que seus homens procurassem o relógio...

– Claro, madame.

Enquanto Marchant e os dois torturadores fingiam procurar a peça, O Fantasma

pensava rápido, tentando desesperadamente encontrar uma solução. Sem dar na vista,

conferiu os bolsos de seu paletó, para o caso de terem plantado o relógio nele; depois

olhou para os dois torturadores, e pegou-os sorrindo zombeteiramente para ele.

Não, eles não haviam plantado o relógio nele. Ainda não.

– Nada de relógio por aqui – declarou Marchant, aprumando o corpo e apoiando a

mão na estrutura do vagão.

O Fantasma, sabendo exatamente o que estava acontecendo, ficou sentado imóvel,

como se assistisse a toda a cena através de um vidro. Cavanagh seguia o roteiro, fingindo

preocupação com o pobre relógio perdido do Sr. Pearson.

– Preciso então pedir que vocês, homens, revirem os bolsos para vermos – disse ele.

– Não, melhor ainda... Que revirem os bolsos uns dos outros.

Eles fizeram como ordenado. Desempenharam aquela farsa. O Fantasma estava quase

duro de tensão, àquela altura, sabendo o que estava acontecendo, mas incapaz de fazer

qualquer coisa.

Sentiu alguém puxar seu casaco.

– Ah, minha nossa, senhor – disse um capanga, não importa quem, porque a

armadilha já tinha sido armada. – Acho que encontrei o relógio do Sr. Pearson. Estava no

bolso do jovem Bharat.

Ele levou o relógio até o Sr. Pearson, que o identificou como seu e, com um olhar

magoado ao Fantasma, guardou-o no bolso. Enquanto isso, Cavanagh se levantava, a

própria imagem da fúria, um homem cuja confiança fora traída na pior circunstância

possível.

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