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Assassin's Creed Submundo - Português

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Eles se posicionaram num monte, mas se viram cercados pelos afegãos, que

ordenaram que se rendessem.

— Nem sonhando! — disse um sargento, e sua resposta viraria um bordão na

Inglaterra. Como ele cumpriu sua palavra, os atiradores afegãos entraram em ação antes

do ataque final.

O cume de Jugdulluk não foi uma batalha; foi um massacre. Seis oficiais escaparam,

cinco dos quais foram mortos na estrada para Jalalabad. Apenas um, William Brydon,

conseguiu chegar. Parte de seu crânio havia sido cortado por uma espada afegã, mas ele

sobreviveu ao golpe graças a uma cópia da revista Blackwoods Magazine que estava

guardada dentro de seu chapéu. “Nunca imaginei que esse pedacinho de casa seria tão

útil”, teria supostamente dito.

Dos dezesseis mil que deixaram Cabul seis dias antes, ele foi o único a chegar ao

destino final.

O problema é que... não foi bem assim. A história do bom e velho William Brydon

chegando sozinho em Jalalabad era boa. Tão boa que povoou a mente das pessoas durante

um bom tempo. Entretanto, infelizmente essa história não era exatamente verdadeira, pois

houve outros sobreviventes, cujos feitos, porém, não foram tão nobres quanto o

estoicismo do Dr. William Brydon. Um homem fará tudo o que estiver ao seu alcance

para sobreviver, para ver mais um amanhecer, sentir os lábios de sua mulher e filhos, rir

com uma bebida nas mãos. Então, sim, houve outros que sobreviveram àquela marcha

desastrosa, mas seus feitos não merecem ser aplaudidos, celebrados, cantados ou

imortalizados por artistas. Na verdade, nem mesmo se pode chamá-los de “feitos”, no

sentido de aventura e bravura sugerido pela palavra. Foram atos de sobrevivência, pura e

simplesmente. Sujos e cruéis, implacáveis e executados à custa da vida de outras pessoas.

Na marcha havia um certo comandante chamado coronel Walter Lavelle. Esse homem,

Lavelle, pertencia à Ordem dos Cavaleiros Templários. Não era de uma patente

especialmente alta, nem uma pessoa que interessasse à Irmandade dos Assassinos, mas

ainda assim era conhecido.

Um pouco antes de a marcha deixar Cabul, um soldado chamado Cavanagh tentou

persuadir Walter Lavelle.

— Será que eu poderia conversar com o senhor? — Perguntou Cavanagh na manhã da

marcha.

Percebendo certa seriedade e, sendo sincero, um pouco de perigo nos olhos daquele

homem, Lavelle concordou, apesar de o homem ser apenas um soldado. Os dois

caminharam até a sombra de um cipreste, longe de onde os serventes e os seguidores

estavam carregando as carroças, e os cavalos lutavam para conseguir suportar o peso das

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