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Assassin's Creed Submundo - Português

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era capaz. Nunca carregava cargas que sabia que aguentaria, se achasse que não era o que

um homem normal faria. Se alguém contava uma piada, ele ria. Não alto demais, nem de

maneira distinta. Foi assim que manteve seu disfarce, garantindo que fosse perfeito o

tempo todo. Assim, quando no futuro o chamassem para entrar mais fundo na

organização, seu disfarce sobreviveria a qualquer exame. Ele deveria ser simplesmente

Bharat, o pobre e imundo trabalhador indiano, abaixo da média e, portanto, acima de

qualquer suspeita.

Manter o disfarce era essencial para manter-se vivo.

No primeiro dia em que pôs os olhos em Cavanagh, O Fantasma estava pegando um

dos baldes e arrastando-o da abertura da trincheira para depositar seu conteúdo num

carrinho. No caminho, viu a porta do escritório móvel se abrir e um rosto familiar

aparecer. Não era Cavanagh, mas Marchant, que administrava a escalação e os turnos dos

operários, cortava nomes e distribuía as folhas de pagamento para os tesoureiros. Estes

apareciam toda sexta-feira, armavam mesinhas e distribuíam moedas com expressões de

dor, como se aquele fosse seu próprio dinheiro. Ah, sim, O Fantasma conhecia

Marchant. Uma cobra em forma de homem, com voz anasalada e enganadora.

E, depois, apareceu Cavanagh em pessoa.

Tal como O Fantasma fora levado a acreditar, Cavanagh tinha uma cicatriz horizontal

abaixo do olho direito que media quase cinco centímetros. Seus olhos eram severos, o

queixo, erguido. Todas as vezes em que O Fantasma via Cavanagh, era impossível saber o

que ele estava pensando.

“Quero descobrir o que eles estão tramando”, dissera Ethan.

Os dois haviam se encontrado no terreno do Hospital Fondling, tal como

combinaram, sentados no muro do cais, ainda na Índia. Ethan havia conduzido O

Fantasma para um prédio nas imediações do hospital, onde podiam ficar escondidos pela

vegetação. Lá, o mestre dera uma boa olhada em seu antigo pupilo, analisando os trapos

que ele vestia e sua aparência geral.

– Muito bom – disse Ethan, quando terminou de analisar o garoto. – Muito bom.

Você parece um trabalhador comum.

– Consegui um emprego no canteiro das escavações – disse O Fantasma –, conforme

instruído.

– Eu sei – respondeu Ethan, sorrindo. – Tenho observado você.

– E isso é inteligente?

– Por que não seria?

Em resposta, O Fantasma deu de ombros e fez um gesto expansivo com as mãos.

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