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Assassin's Creed Submundo - Português

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Essa seria também minha rota de fuga. Ou pelo menos foi o que pensei na hora. É claro

que estava errado.

O rapaz abaixou a cabeça novamente e entrelaçou as mãos, torturado pela dor da

lembrança.

— O armazém estava vazio. Tudo o que vi no chão de pedra foi uma mesa de ripa

comprida e algumas cadeiras. Provavelmente era usada pelos Templários para alguma

função específica. De qualquer maneira, a ideia de que aquilo exigia guardas noturnos era

risível. É claro, eles nem se deram ao trabalho de colocar um guarda no interior do

almoxarifado, mas mesmo assim fiquei em silêncio enquanto subia primeiro os degraus

e, depois, as escadas que levavam ao terraço do prédio. Uma vez do lado de fora,

permaneci nas sombras e retirei o lenço que trazia no pescoço. O senhor me perguntou

sobre o meu manto de Assassino, mas na verdade nunca usei um. Eu usava naquele dia o

que estou usando agora. Se por algum motivo eu tivesse sido descoberto pelos guardas,

eles me tomariam por um moleque de rua inconsequente, me dariam uns sopapos e me

mandariam embora. Se me revistassem com mais interesse, perceberiam que eu diferia de

um moleque de rua em um aspecto: eu tinha uma moeda no bolso.

Ethan assentia, sabiamente. Ele conhecia a arma. A moeda é amarrada ao lenço, que é

utilizado como um lumal, um tipo de garrote. A moeda sufoca a traqueia da vítima,

esmagando sua laringe, provocando uma morte mais rápida e impedindo que ela possa

gritar por socorro. É uma das ferramentas mais básicas e eficientes dos Assassinos. Ethan

começou a entender por que Arbaaz a escolhera. Começou a entender até mesmo por que

havia escolhido Jayadeep para essa missão.

— Continue — pediu.

— Pulei com facilidade. Então, permanecendo nas sombras do terraço da casa e ciente

dos guardas que ainda patrulhavam lá embaixo, engatinhei até a escotilha que eu sabia que

havia no teto do quarto de Dani. Tinha levado óleo lubrificante comigo, uma pequena

porção atrás da orelha, e usei-o na escotilha, abrindo-a cuidadosamente antes de entrar na

escuridão do quarto. Prendi a respiração, meu coração batia apressado. Mas, como o

senhor sempre me ensinou, um pouco de medo é bom. O medo nos torna cautelosos. O

medo nos mantém vivos. Até aquele momento, nenhum aspecto da minha missão me

causara preocupação. Tudo estava acontecendo conforme o planejado. Eu estava no

quarto de Dani. Podia ver as armadilhas que ele havia colocado na porta e na janela: um

sistema de roldanas presas a um sino que pendia não muito longe da escotilha que eu

mesmo utilizara para fazer minha entrada triunfal no quarto. E ali, na cama, estava o meu

alvo. Dani, um homem sobre o qual eu havia aprendido tanto nas semanas que

antecederam a minha missão. Minha respiração ficou pesada. Minhas têmporas pareciam

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