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Assassin's Creed Submundo - Português

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Ele saltou o muro baixo que demarcava os limites do cemitério da igreja e mergulhou

na escuridão. O som alto de homens bêbados batendo em alguém. Pelo sotaque, O

Fantasma percebeu que dois deles eram nobres, enquanto os outros três eram de classes

indeterminadas.

Então, ele viu o brilho de lanternas e conseguiu distinguir dois homens bem vestidos

e uma pessoa caída no chão, num descampado às sombras da grande igreja.

— O que me diz disso, hein? — perguntou um deles, posicionando-se sobre ela e

estapeando seu rosto, enquanto o outro ria e entornava uma garrafa.

Um pouco afastados dali estavam três homens mais fortes, usando chapéu-coco e de

costas para os dois nobres e sua vítima. Guarda-costas. Eles se empertigaram quando

perceberam O Fantasma se aproximando. Arbaaz e Ethan teriam aconselhado que se

aproximasse furtivamente. O Fantasma podia ter matado dois deles antes mesmo de lhes

dar qualquer chance de reagir. Mas o que viu acendeu nele uma raiva primitiva, um senso

de justiça que o fez desejar o confronto direto. Ele queria que a justiça fosse feita, mas

também queria que os homens testemunhassem a justiça sendo feita.

— Pode seguir o seu caminho, amigo — disse um dos guarda-costas, com os braços

cruzados. — Não tem nada aqui para você, rapaz.

Os outros dois tinham mudado de posição. Um deles enfiou as mãos no fundo dos

bolsos do seu casaco. O outro estava com os braços cruzados atrás do corpo.

— Deixem a mulher em paz — disse O Fantasma.

Os dois homens pararam o que estavam fazendo e se afastaram do corpo prostrado e

ensanguentado da mulher caído no chão. Livre, ela grunhiu numa mistura de alívio e dor,

e rolou para o lado com suas saias embaralhadas nas pernas, o rosto ensanguentado

oculto por um emaranhado de cabelos. Uma pobre criatura que parecia ter mais ou

menos 60 anos.

— Afastem-se dela — ordenou O Fantasma.

Um dos almofadinhas soltou um riso abafado e passou a garrafa para o outro, cujos

olhos brilharam de satisfação quando ele aproximou os lábios do gargalo e bebeu,

sedento. Ambos pareciam estar ansiosos para ver o início de um espetáculo. Ali sozinho,

um homem contra cinco, O Fantasma não queria decepcioná-los.

E torceu para que, em sua ânsia por fazer justiça, não tivesse mordido um pedaço

maior do que era capaz de engolir.

O primeiro guarda-costas ergueu o queixo e falou novamente, as palavras caindo

pesadas como pedra no cemitério agora silencioso.

— Continue andando, rapaz, antes que a gente o obrigue a fazê-lo.

O Fantasma olhou para ele. Olhou para todos eles.

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