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Assassin's Creed Submundo - Português

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lhe desejar o bem; deixou-o ali mesmo onde ele havia caído e continuou avançando pela

locomotiva. No vagão seguinte, escondeu-se para evitar dois guardas que fofocavam.

– Sir David e a Sra. Thorne estão se dando bem? – perguntou um deles.

– Ela apareceu do nada, no pior momento, não? – respondeu o colega. – Aposto que

as coisas não estão saindo como ela gostaria.

– Então, a situação não está muito boa para Sir David.

Lucy Thorne. É claro que Evie já tinha ouvido aquele nome. Quer dizer então que ela

estava com Brewster?

Evie deixou os guardas passarem e andou rapidamente pelo último vagão, parando na

junção entre a locomotiva e os vagões. Não tinha mais muito tempo; eles descobririam os

corpos dos homens que ela matara. Grata pelas luvas que usava, Evie afastou os pés,

equilibrando-se, e puxou o pino de junção do trem e dos vagões. Enquanto o vento

soprava e os trilhos passavam depressa sob seus pés, ela fez força, com um grunhido, e

conseguiu soltar o pino.

Ela pulou para a locomotiva, com habilidade, observando os vagões se separarem. Às

suas costas ouviu os gritos dos homens que estavam no pátio e corriam para investigar

por que o trem havia se separado dos vagões. Enquanto isso, ela escalou até teto da

locomotiva, tentando avaliar sua posição enquanto o trem parava com um guinchar dos

freios e de metal. De um lado, a água do Tâmisa brilhava, escura. Do outro, via-se o

tumulto no terminal de cargas, com seus guindastes, trilhos de manobras, filas

intermináveis de prédios administrativos e...

Algo de fato muito interessante.

Agachando-se para não ser vista, a primeira coisa que ela enxergou foram dois vultos

que reconheceu muito bem: Sir David Brewster e Lucy Thorne. Os dois observaram o

caos repentino a sua volta antes de se virarem para continuar a caminhada em direção à

carruagem e ao cocheiro que aguardavam em frente ao portão principal.

Evie saltou da locomotiva, satisfeita por sua distração ter sido impecável, e satisfeita

também pela fumaça que pairava como um manto fúnebre sobre todo o local. A

industrialização tinha seus pontos positivos, pensou ela, enquanto seguia os dois, ocultandose

nas sombras e aproveitando para dar uma boa olhada em seus inimigos.

Lucy Thorne estava toda vestida de preto: chapéu preto, luvas pretas e um vestido

preto de crinolina com anquinha abotoado até o pescoço. Era jovem, atraente, o que não

combinava com a permanente carranca que marcava suas feições. Caminhava como uma

sombra, afastando as camadas de fumaça que pairavam pelo pátio como as velas de um

navio na escuridão. Era como se ela mesma fosse uma escuridão que afastasse a luz.

Caminhando ao seu lado, Sir David Brewster tinha talvez três vezes a sua idade, o

semblante impaciente, e bigodes pontudos. Embora mais velho do que Lucy Thorne, sem

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