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Assassin's Creed Submundo - Português

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nervosa e espantada, a dela era de outra espécie, risonha e receptiva, e ela mexia no cabelo

enquanto convidava o visitante a entrar.

As crianças, um menino e uma menina, ambos com 5 ou 6 anos, vieram correndo e

pararam de repente, prendendo-se às saias da mãe e olhando para ele com o tipo de

curiosidade transparente que somente as crianças podem exibir sem sofrer as

consequências.

O coração de Abberline, já pesado de preocupação por Aubrey, apertou-se um pouco

mais ao ver aquela cena. Teria sido mais fácil manter uma distância segura entre ele e as

coisas que Aubrey amava. Vê-los assim só tornaria tudo ainda mais difícil se o que

Abberline temia fosse mesmo verdade. Na maioria das vezes, ele invejava homens como

Aubs, que tinham esposas e famílias, mas, numa ocasião como aquela, não. Não quando

você sabia o que poderia ter acontecido.

– Receio não poder ficar muito tempo, Sra. Shaw – disse ele, tendo que frustrar a

calorosa recepção. – Queria saber se a senhora tem notícias de Aubrey.

O sorriso sumiu do rosto dela e foi substituído imediatamente por um olhar de

preocupação. As duas crianças, percebendo a inquietação repentina da mãe, agarraram-se

com mais força ainda às suas saias e arregalaram tanto os olhos que eles pareciam discos.

– Não... não desde que ele saiu de casa pela manhã – respondeu ela.

– Quando estava indo ao Lord’s?

Ela mordeu o lábio.

– Não sei dizer.

– Sei que ele estava indo ao Lord’s, Sra. Shaw, mas a partida já acabou e passei para

ver se ele chegou a voltar para casa.

– Talvez tenha ido tomar uma cerveja no Green Man?

– Claro – disse ele. – Deve ser. Vou embora então, com os melhores votos à senhora.

Se puder avisar ao Aubrey que estou à procura dele, ficaria muito agradecido.

E, então, Abberline partiu. Voltou ao Green Man, por desencargo de consciência, mas

Sam fez que não, ele não tinha ido lá, e, então, Abberline foi para a delegacia e o sargento

que estava na recepção disse com uma expressão desconfiada que não, Aubrey não esteve

lá, como se soubesse que o colega tinha matado serviço. E então, por último, Abberline

foi até a obra do trem subterrâneo, onde ficou perto da cerca. Os trabalhos prosseguiam.

Fogueiras foram acesas, como todas as noites, e braseiros cintilavam sobre a lama.

Enquanto Abberline esperava lá, uma locomotiva a vapor estacionou, vinda de algum

trecho mais adiante na ferrovia, e as atividades no alto dos guindastes de madeira

assumiram um ritmo ainda mais frenético enquanto os operários começavam a

descarregar.

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