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Assassin's Creed Submundo - Português

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– Mas não há janelas – observou a Sra. Pearson com um toque de pânico.

– Ah, sim – disse Cavanagh. – Mas não é necessário janelas num trem subterrâneo,

Sra. Pearson. Além do mais, os passageiros da primeira classe terão o benefício da

iluminação a gás. O gás é transportado em longos sacos de borracha conservados em

caixas no alto dos vagões, e assim que partirmos a senhora verá que a iluminação a gás

fornece luz o suficiente para ler um jornal.

Eles se acomodaram em seus assentos. Os Pearsons e Cavanagh ficaram à frente,

enquanto o restante da comitiva, mais aos fundos, perto de uma porta que dava acesso ao

segundo vagão.

O Sr. Pearson tamborilou animadamente a ponta da sua bengala sobre as tábuas. O

maquinista surgiu diante da porta aberta, fez um sinal de positivo com a mão enluvada,

sorriu para os dignitários e, em seguida, fechou a porta e voltou a entrar na locomotiva.

Os lampiões a gás tremularam, mas mantiveram a escuridão a distância, exatamente como

Cavanagh dissera que aconteceria.

Com um estrondo metálico e um ruído alto, o trem iniciou a partida.

O Fantasma sentiu os olhos de Marchant sobre ele. Os capangas também estavam

olhando para ele. Aqueles olhos eram os olhos de homens famintos pelo seu jantar. A

ausência de um deles – até então inexplicada – começou a incomodá-lo. Do outro lado do

vagão, os Pearson e Cavanagh entabulavam uma conversa educada, mas O Fantasma não

estava escutando. Estava perguntando a si mesmo que malícia se escondia por trás dos

olhares de seus colegas.

O trem estacionou em Farringdon Street e soltou um grande rolo de fumaça. Instantes

depois, o maquinista abriu a porta do vagão e espiou dentro, a fim de conferir como

estavam os passageiros e receber os elogios do Sr. e da Sra. Pearson pelo trajeto tranquilo.

Pouco tempo mais tarde, eles já tinham partido para a viagem de retorno até King’s

Cross. O Sr. Pearson enfiou a mão no bolso para pegar seu relógio e conferir o tempo da

viagem.

Mas...

– Onde está meu relógio? – perguntou, tateando em busca dele, mas sem encontrá-lo.

O trem continuou em frente, barulhento.

– O que foi, querido? – perguntou a Sra. Pearson. Cavanagh havia inclinado o corpo

para a frente fingindo preocupação. O Fantasma começou a sentir uma nova onda de

pânico e ousou ter esperanças de que o Procurador de Londres houvesse simplesmente

se esquecido de onde colocara o relógio de bolso, mas de alguma maneira sabia que a

coisa ia além disso; sabia que, seja lá o que estivesse acontecendo, ele estaria envolvido.

Agora todos os olhares do vagão tinham se voltado para o Sr. Pearson, observando-o

enquanto ele tateava sua barriga.

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