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Assassin's Creed Submundo - Português

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George inclinou-se para baixo, fazendo uma careta de dor quando seus velhos ossos

reclamaram, mas, ao mesmo tempo, desejando se sentar ao lado de Jayadeep,

coincidentemente imitando o gesto de Ethan quando ele sentou-se ao lado do Fantasma na

Escuridão.

– Você não vai ser um líder. Não no sentido tradicional – disse George. – Terá que

inspirar as pessoas, como já sabemos que você pode fazer. A Irmandade precisa de você,

Jayadeep. Precisávamos de você antes e precisamos de você agora.

– Mas eu falhei com a Irmandade.

George soltou um grunhido impaciente.

– Ora, pare de sentir pena de si mesmo, homem! Você não tem mais culpa do que

Ethan ou eu mesmo, ou mesmo do que o Conselho, que mais parece permitir que o

inimigo se fortaleça, sem oposição. Eu lhe peço, me faça ao menos um favor: ao menos

pense a respeito.

O Fantasma fizera que não.

– Precisam mais de mim aqui neste túnel do que em qualquer guerra.

– Em breve este túnel deixará de existir – retrucou George. – Pelo menos não da

maneira como é hoje. Ele foi comprado pela East London Railway Company. Olhe ao

redor, não há mais ninguém aqui. Não há mais pedestres, nem comerciantes para servilos.

Somente os desesperados vêm passar a noite aqui. Restam apenas você e alguns

bêbados, que dormem aqui até o porre passar, quando, então, podem voltar para casa e

mentir para suas mulheres dizendo que foram roubados e estão sem dinheiro. Mas você

tem razão: eles já precisaram de você um dia. Porém, não precisam mais. Se quer se

colocar a serviço da humanidade, então devote suas habilidades ao Credo.

O Fantasma negou. Continuou a definhar com o passar dos meses, até que um dia

recebeu uma nova visita.

E foi estranho, porque ele passara tantas noites naquele túnel sonhando com eles e

com sua casa que, quando sua mãe e seu pai apareceram em carne e osso, achou que

aquilo também fosse um devaneio. Achou que estivesse sonhando acordado, tendo

alucinações com as imagens de Arbaaz e Pyara de pé na sua frente.

Havia uns cinco anos que os vira pela última vez, mas eram tão luminosos quanto a

lembrança que guardava. A escuridão fétida do túnel parecia fugir de suas imagens, como

se os dois emanassem luz própria, vestidos com os coloridos trajes de seda usados pela

Irmandade na Índia. A corrente de ouro que ia da narina de sua mãe até a orelha brilhava

à luz alaranjada de uma lanterna. Não admira que de início ele tenha pensado estar

sonhando. A aparição deles era etérea, quase sobrenatural. Uma lembrança transformada

em realidade.

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