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Assassin's Creed Submundo - Português

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Dor.

A dor subiu pelo braço dele. Ela havia enfiado os dentes na sua mão – e aquilo não

era apenas uma mordida, ela estava comendo sua carne. Ah, meu Deus, ela estava

comendo-o vivo.

Ele soltou um berro de agonia. A caneca caiu no chão, mas não se quebrou. Os

dentes de Kulpreet não soltaram a mão do inquisidor em nenhum momento; ela sentiu o

gosto de suor e terra e ao mesmo tempo girou o pescoço, maximizando a dor dele e

usando todas as suas forças para aproximá-lo ainda mais de si. Enquanto isso, inclinou as

pernas da cadeira para um lado e apoiou todo o peso nos antebraços para bater com as

pernas da cadeira nas canelas do inquisidor, fazendo-o se desequilibrar e aumentando a

velocidade da sua queda para que caísse esparramado na mesa. Ao cair, ele quebrou a

caneca de barro com o rosto. Se isso tiver aumentado ainda mais sua dor, que bom,

pensou Kulpreet, mas este não era seu objetivo principal, porque o que ela precisava fazer

agora era...

Com todas as suas forças e usando o peso deles dois, ela se apoiou na mesa, que se

inclinou de tal maneira que as lâminas deslizaram pela superfície em direção aos dedos

expectantes dela. Porque o inquisidor estava na sua frente, ela não conseguiu vê-las se

aproximando, mas sentiu uma delas atingir a ponta de seus dedos justamente quando ele

conseguiu puxar a mão da boca de Kulpreet, e ela soltou um grito fraco de dor quando,

com aquilo, um dos seus dentes foi arrancado junto. Sua boca estava cheia de sangue e

carne, lacerada, mas, naquele momento, aquilo não tinha importância; a única coisa que

importava era a lâmina que agora ela revirava nas mãos, procurando o mecanismo de

segurança. Por sobre o corpo do inquisidor, viu os outros dois homens trocarem um

olhar achando graça, antes de sacarem as kukris, logicamente sem pressa nenhuma,

porque, afinal de contas, o que ela poderia fazer? As probabilidades não estavam a seu

favor. Apesar de estar armada com uma lâmina, ela continuava amarrada a uma cadeira,

eram três contra um, e a porta estava trancada. Por mais que fosse habilidosa, inteligente e

sortuda, não existia sorte o bastante neste mundo para salvá-la. Eles sabiam disso, e ela

sabia também. Todos eles sabiam como aquilo iria terminar: ela lhes contaria o que eles

queriam saber e, depois, a matariam.

Kulpreet sabia muito bem disso, óbvio. Mas quando quis pegar a lâmina, não era

para atacar seus captores.

Era para usar em si mesma.

Apesar disso, graças a Deus por suas pequenas graças misericordiosas, já que ela teve

a oportunidade de apanhar uma lâmina. Enquanto seu polegar ia em direção ao

mecanismo de segurança, ela fez algo que pareceu estranho: aproximou o rosto da

garganta do inquisidor, que ainda estava tentando se libertar dela. Aproximou-se como se

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